Depois de um fim de semana marcado por rumores, bastidores tensos e muita especulação nos grupos políticos de Parnaíba, o prefeito Francisco Emanuel (PP) quebrou o silêncio e se pronunciou oficialmente nesta segunda-feira (24) por meio de uma nota publicada em suas redes sociais.

Apesar de negar um rompimento político com a família Mão Santa, Emanuel deixou claro que não aceitará mais interferências externas na condução da sua gestão. O recado foi direto, sem rodeios: “Minha gratidão jamais será motivo para permitir interferências externas, ou sujeição/subordinação na gestão pública, seja de presidente, governador, senador, deputado(a) ou vereador(a)”, afirmou o prefeito.

A fala veio na esteira das informações divulgadas pelo jornalista Arimateia Carvalho, na Coluna do Portal Meio News, dando conta de que o prefeito já teria comunicado ao senador Ciro Nogueira sua decisão de romper com a deputada estadual Gracinha Mão Santa, ex-aliada e figura de peso no grupo político que o lançou como candidato em 2024. A previsão de um “decretão” com exonerações de nomes ligados à família, como o ex-prefeito Mão Santa e a ex-primeira-dama Adalgisa Moraes Souza, também foi destaque nos bastidores e na imprensa.

Na nota, no entanto, Francisco Emanuel preferiu não entrar em detalhes sobre possíveis mudanças no secretariado. Disse apenas que está “tranquilo diante das especulações” e reforçou sua lealdade ao povo de Parnaíba. “Seguirei governando com independência, respeito às alianças construídas e, acima de tudo, com compromisso inegociável com o povo de Parnaíba”, escreveu.

Embora não tenha confirmado um rompimento formal, a mensagem do prefeito soa como um divisor de águas: ele agradece, mas avisa que não aceitará mais cabresto político. Um gesto que, na prática, representa o fim da tutela do grupo Mão Santa sobre a gestão municipal. A partir de agora, tudo indica que Emanuel deseja escrever sua própria história, com mais autonomia e menos amarras.

Enquanto o cenário se redefine, a expectativa é sobre os próximos passos: se haverá, de fato, exonerações; se Gracinha migrará para o MDB; e se o senador Ciro Nogueira, vai tentar costurar a reconciliação ou vai assistir de longe a reconfiguração política na segunda maior cidade do Piauí.