O secretário Estadual de Administração, Franzé Silva, defendeu ontem que a lei que aprovou o reajuste dos servidores estaduais, de 2013, deveria ser revista. A afirmação foi feita durante uma audiência pública acalorada realizada no plenarinho da Assembleia Legislativa do Piauí, para discutir exatamente a suspensão do pagamento do reajuste aos funcionários públicos.
Policiais militares e bombeiros presentes na audiência, requerida pelo deputado estadual Evaldo Gomes (PTC), não descartaram uma paralisação das atividades. Segundo o cabo Aguinaldo Oliveira, presidente da Associação Beneficente de Cabos e Soldados do Piauí (ABECS), o debate não é apenas pelo reajuste dos salários, mas também, a categoria procura dialogo para falar das condições de trabalho dos policias. Ele lembra a morte de um colega de trabalho que veio a óbito, durante o serviço, nesta quarta-feira (20).
Agnaldo afirma que a categoria não aceita a última proposta apresentada pelo governador “Nossa proposta é que o governo pagasse integralmente nosso reajuste. Não tirar 50% do que ele tirou. Hoje nós queremos discutir é o próximo quadriênio. Não queremos mais discutir esse reajuste porque nós já ganhamos em lei”, esclareceu.
O clima foi de bastante tenso, com o plenarinho da Alepi repleto de policiais militares, civis e bombeiros. O secretário Franzé, hostilizado durante audiência e sem apoio da bancada petista, recorreu ao fato de que a Assembleia Legislativa não poderia ter aprovado uma lei sem existir as reais condições de pagamento. “O diálogo tem que ser reaberto dentro desta Casa, pois o que aconteceu foi a aprovação de uma lei que iludiu os servidores, pois o Estado não pode pagar essa conta sem ultrapassar a Lei de Responsabilidade Fiscal”, diz.
Os deputados presentes, Marden Meneses (PSDB), Evaldo Gomes (PTC), Robert Rios (PDT) e Firmino Paulo (PSDB), afirmaram que não são a favor da greve, mas defendem é necessário ir até as ultimas instâncias para garantir o pagamento. “Eu não sou a favor da greve, mas também não sou a favor de que os policias aceitem a proposta declarada pelo Governo. É preciso permanecer no diálogo e não aceitar este tratamento humilhante, porque se aceitar agora vai ser da mesma forma até o final do Governo”, disse Robert Rios.
De acordo com Evaldo Gomes, proponente da audiência, a desculpa declarada pelo Governo de que não há possibilidade de pagar conta do limite de responsabilidade fiscal é um grande engodo. “Como o Governador pode falar isso, se está querendo criar 15 novos cargos comissionados e mais secretarias? Isso é uma contradição”, diz Evaldo se referindo à reforma administrativa.
Para Franzé, este não é um problema de Governo e sim de Estado, uma vez que este está quebrado. Franzé elencou problemas na educação, com falta de merenda escolar e problemas na saúde, como forma de esclarecer que a situação do Governo não é confortável por conta da crise. Ele lembra as dificuldades deixadas pelo Governo passado, onde em dezembro em 2014 o Estado ficou sem ter como honrar os compromissos.
Fonte: Jornal O Dia