Funcionários da limpeza pública de Parnaíba são assaltados e agredidos
Assalto a garis escancara insegurança generalizada, nem os serviços essenciais estão sendo respeitados!
Garis foram assaltados e agredidos por criminosos no Aterro Sanitário Controlado de Parnaíba à 0h10 deste sábado (06/11) quando lavavam o caminhão de lixo e reciclagem. Segundo relato dos responsáveis pelo serviço de coleta, três bandidos estavam escondidos, por trás do galpão de compressão de recicláveis (foto acima), quando saíram e renderam o motorista do veículo e os dois garis. Os assaltantes levaram as vítimas para a guarita do Aterro Sanitário e também renderam o vigilante, que não dispõe de poder de fogo. Os bandidos estavam de posse de duas armas de fogo e um pedaço de madeira com um prego na ponta.
Os criminosos levaram as mochilas das vítimas, além de R$ 44,00 de um funcionário, R$ 150 do outro e os aparelhos celulares das vítimas. Entre os homens agredidos com as coronhadas de revólver na cabeça, o motorista ficou muito traumatizado. Segundo o diretor da SN Ambiental, Adriano Santos, o motorista surtou precisando de atendimento médico e psicológico.
“Teve lesão em um dos motoristas que está em pânico, inclusive a médica da empresa está acompanhando com uma psicóloga e eles estão reivindicando que não que não querem mais trabalhar a noite, no auge da pandemia, com todo mundo com medo em casa, a gente nunca parou e agora a gente chega a um ponto de parar por causa da violência”, desabafou Adriano Santos, diretor da empresa de coleta.
A coleta de lixo em Parnaíba começa às 05h e encerra a meia-noite, sendo que Parnaíba cresceu muito sua área urbana, aumentando também a demanda. No turno da noite das 18h à 0h é feita 45% da coleta no município. Diante da violência ocorrida, os funcionários estão apavorados e ameaçam parar as atividades no turno da noite. Fato em que Adriano Santos lamenta porque mesmo com as incertezas e perigos da pandemia, o serviço de coleta de lixo nunca foi interrompido e agora a insegurança pública ameaça o trabalho básico e essencial de uma cidade universitária e turística.
A secretária de Infraestrutura e Defesa Civil, Gracinha Moraes Souza, ressaltou que o prefeito Mão Santa pediu ajuda às Forças Armadas para Parnaíba por conta do temor que alguns pichações e consequentes violências trazem a população. Citou pequenos furtos e incidentes ocorridos com os garis e cobrou mais presença dos serviços de segurança pública.
“Mas a violência ainda não tinha chegado a esse ponto que a gente dissesse assim ‘chegamos de fato ao ponto crítico e imperdoável que é ao lixo’, quando a gente fala chegamos ao lixo, ao lixo em todos os sentidos, tanto literário da palavra como a chegar aos serviços essenciais, o quanto o Governo do Estado deixa a sua segunda maior cidade abandonada de segurança pública ao ponto de que serviços essenciais com o serviço de limpeza urbana, como o próprio gari ser intimidado de fazer seu serviço que é para o coletivo, que ele não é pra A nem pra B, nem para ricos, nem para pobres, é para todos, é tanto pra melhorar a qualidade de vida de quem está na cidade como de quem vem”, lamentou Gracinha Moraes Souza.
Pequenos furtos e outras abordagens criminosas foram relatadas por trabalhadores da coleta seletiva; mas a violência está crescendo, o que deixa as pessoas, que buscam o sustento no aterro, assustadas. “A gente teme porque é uma área que, depois de oito horas, fica muito esquisito, não passa ninguém, a partir de uma hora os compactadores encostam para lavar, é difícil até a polícia passar, quando passa é pela BR”, reclamou João Erialdo, que é responsável por catadores no lixão.