A quinta geração de internet móvel, chamada de 5G, promete oferecer banda larga móvel até dez vezes mais veloz que o 4G. A nova geração da internet abrirá espaço para um grande número de objetos conectados. Mas essa realidade está longe do País: os primeiros testes comerciais da tecnologia só devem ocorrer em 2021, quando os padrões globais do 5G forem definidos.
Além de melhorar a qualidade da rede, o 5G vai apoiar o crescimento do tráfego de dados e a levar internet a áreas desconectadas. “O 5G em frequências altas vai permitir uma massificação da internet das coisas. Em frequências baixas, pode facilitar a inclusão do campo”, disse Marcos Scheffer, vice-presidente de redes da Ericsson durante a Futurecom, evento de telecomunicações encerrado ontem, em São Paulo.
Uma rede completa 5G, porém, deve se concretizar somente quatro anos após os primeiros testes, diz Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco. “As operadoras demoram para conseguir expandir um novo modelo – é só olhar para o 4G”, diz.
O grande problema, dizem analistas, é a falta de recursos para novos aportes. “As redes dos EUA vão estar preparadas para o carro sem motorista. As nossas não”, alerta Ricardo Distler, diretor executivo da consultoria Accenture na América Latina.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também discute como liberar frequências para quando as operadoras começarem os testes. Segundo Agostinho Linhares, gerente de espectro da Anatel, EUA e Europa já definiram as frequências que vão usar. “No Brasil, a Anatel espera atualizar sua regulamentação para garantir a faixa de 3.500 MHz para o 5G.”
Evolução. Enquanto os padrões não saem, as operadoras investem na evolução do 4G, chamada de 4,5G ou 4G+. Com a liberação da faixa de 700 MHz, pelo desligamento do sinal analógico de TV, as operadoras aumentam a velocidade nas cidades. A mudança para o 5G será gradual, de acordo com Átila Branco, diretor de engenharia móvel da Vivo.
Na Claro, o plano é ofertar o 4,5G de forma universal à base de clientes até 2019. “Esperar até 2020, 2021 (para implantar o 5G) nos mantém no tempo certo”, diz Andre Sarcinelli, diretor de engenharia da Claro. “Adiantar-se pode ser um problema. Nos EUA, onde os testes já começaram, será preciso melhorias. O padrão vai evoluir.”
Fonte: Estadão