Gasolina mais cara reduz lucros de trabalhadores dos transportes
Mais um aumento dos preços médios de venda às distribuidores da gasolina e do diesel. Assim começou esta sexta-feira. Só neste ano é quarta vez que a gasolina aumenta de preço e o diesel chegou à terceira vez em alta. O preço médio de venda de gasolina nas refinarias da Petrobras passou a ser de R$ 2,48 por litro, refletindo aumento médio de R$ 0,23 por litro. Já o preço médio de venda de diesel passará a ser de R$ 2,58 por litro, refletindo aumento médio de R$ 0,34 por litro.
Anorcil Andrade, coordenador executivo do Sindicato dos Postos Revendedores de Combustíveis do Piauí (Sindipostos), esclarece o móvito do reajuste de preços. “Esse aumento se dá em função da Petrobras refinaria estar buscando uma paridade do preço de seus combustíveis no mercado internacional, ou seja, igualar o seu produto ao preço do produto produzido fora do Brasil. aliado a isso nós temos para que essa paridade aconteça o fator primordial é o dólar, o dólar é quem rege essa situação. Infelizmente não depende da revenda, a revenda não faz preço, a revenda ela passa o preço que passado. Obviamente nós vivemos deste negócio, nós temos a nossa margem comercial; mas os impostos hoje são o principal motivo de o combustível estar na condição em que está hoje.”
Profissionais que trabalham com a condução de pessoas como taxistas e mototaxistas sofrem com o aumento do combustível. Como Antônio de Pádua, há 28 no ramo, que considera o futuro incerto frente aos aumentos. “O combustível é uma das partes essenciais que afeta a gente no transporte, isso é coisa que a gente não sabe o que será daqui pra frente, fica meio precário pra gente rodar, fica meio difícil”, lamentou. O mototaxista Evandro Machado se queixa do reflexo que aumento do combustível traz em outros setores e defende maior honestidade com o cliente sobre o preço da corrida; pois há despesas de combustível, manutenção com a família. “Antes de o passageiro montar a gente tem que dizer logo a verdade; já estava caro e assim subindo fica meio difícil pra gente”, lastimou.
Com os reajustes atualizados, o litro da gasolina nas refinarias já acumula uma alta de 34,78% desde o início do ano. Já o diesel está 27,72% no mesmo período. Enquanto, o combustível segue em alta, a tabela de preços dos taxistas, por exemplo, está congelada desde 2015. Os clientes reclamam ainda do preço. Há 34 anos trabalhando como taxista, Raimundo Machado, disse que desde 2015 que o taxímetro não é reajustado e o aumento no valor afugenta os clientes. “Tanto diminui o valor de lucro da gente como dificulta ao cliente usar o nosso serviço porque cada vez que repasso o valor do aumento diminui o fluxo de passageiros; cada aumento que vem é um maleficio para a categoria e a sociedade em geral”, reclamou Machado.
Quando há redução no valor do litro do combustível, muito raramente, isso chega ao bolso dos consumidores. Com relação à alta no preço, isso é sentido logo no dia seguinte. Diante do reajuste, a Petrobras afirma que se trata de um alinhamento fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimentos.