Além do Hospital Justino Luz, na cidade de Picos, a 306 km de Teresina, pelo menos outros dois hospitais regionais devem ter a administração repassada para organizações sociais no Piauí. A intenção do governo é que as unidades de saúde de Floriano e Parnaíba também sejam geridas por uma empresa privada.
Após conseguir derrubar uma liminar que impedia o novo procedimento de gestão no hospital de Picos, o governo deve assinar ainda nesta quinta-feira (15) o contrato com uma organização social do estado da Bahia para administrar o hospital. Já na cidade de Floriano, a 244 km de Teresina, uma audiência pública foi realizada na Câmara de Vereadores na quarta-feira (14) para debater o assunto.
O Conselho Regional de Medicina no Piauí (CRM) defende que algo precisa ser feito para mudar a realidade da saúde pública no estado, mesmo que para isso a gestão dos hospitais tenha que ser repassada às organizações sociais. Segundo o CRM, o importante é tomar alguma medida que melhore o serviço, não importando a forma.
“A função do CRM é normatizar e fiscalizar a medicina. Da forma que está não é possível. Nós temos uma situação muito crítica, todos os dias faltam médicos, salários atrasados, os hospitais estão um caos. A forma que o governo achar para isso, seja através de Organização Social ou funcionários públicos diretos, isso não importa, nós queremos que resolvam o problema”, disse Emmanuel Fontes, presidente do CRM-PI.
Segundo ele, em vários lugares do país a administração de hospitais através de Organizações Sociais tem dado certo. No entanto, ele ressaltou que é preciso ter cuidado para evitar desvio de dinheio público nesse tipo de administração.
“No Brasil todo todo temos administrações com Organizações Sociais, algumas boas e outras ruins. É preciso ter muito cuidado para não haver desvio de dinheiro público, pois muitas vezes se tem a Organização Social para eleger alguém e isso é um risco que a população corre. Mas da forma que está não está bem e o dinheiro público está sendo mal empregado, matando pessoas e precisa ser mudado isso”, concluiu.
Fonte: G1/PI