O suicídio é um grande problema de saúde pública, como aponta relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), onde, a cada 40 segundos, uma pessoa, no mundo, tira a própria vida. No Piauí, foram 152 mortes em 2016, o que torna o estado com a maior taxa de mortalidade no país, com 7,6 por 100mil/habitantes. Para diminuir esses dados tão alarmantes, o Governo do Estado desenvolve diversas estratégias de prevenção ao suicídio e valorização à vida.
Um passo importante é a implantação do Plano Estadual de Prevenção ao Suicídio, que será lançado pelo governador Wellington Dias e pelo secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, nesta quinta-feira (24), às 8h, no auditório da Associação Piauiense de Municípios (APPM). O lançamento é em conjunto com o Seminário Estadual de Prevenção e Posvenção ao Suicídio, que será realizado nos dias 24 e 25 de agosto, no mesmo local.
“O material foi produzido por pesquisadores e especialistas da área e prevê o conjunto de medidas que devem ser tomadas por diversas instâncias governamentais, municípios e sociedade civil para que possamos controlar o suicídio e conscientizar as pessoas sobre a importância do cuidado com a saúde mental”, comenta Gisele Martins, gerente de Saúde Mental do Estado.
O plano prevê a implantação de fluxos e protocolos de acolhimento e manejo de pessoas que tentaram ou cometeram suicídio para as redes de Atenção à Saúde (SUS), Educação, Segurança e Socioassistencial (Suas). Para isso, o governo investirá na qualificação dos profissionais dessas redes e demais atores intersetoriais que atuam diretamente na rede de cuidados a esses cidadãos.
Será disponibilizado um sistema de hotline, com atendimento em telemedicina para assistência psiquiátrica pelo Samu. A assistência será ampliada para todo o Piauí com a implantação de leitos psicossociais nos hospitais gerais de Picos, Floriano, Parnaíba, Oeiras e mais leitos em Teresina.
Campanhas educativas serão realizadas para conscientização da população em geral, dispondo de cartilhas com número de telefone e endereços de toda a rede assistencial do Estado, direcionamentos e explicações de como agir em certas situações. As campanhas também visam esclarecer sobre depressão e comportamentos autolesivos, ainda muito estigmatizados pela sociedade.
Seminário Estadual de Prevenção e Posvenção ao Suicídio
O seminário é voltado para gestores e profissionais de Saúde, Assistência Social, Educação, Justiça e Controle Social. Palestrantes renomados nacionalmente debaterão sobre as temáticas como valorização da vida na prevenção ao suicídio, transtornos mentais, uso de drogas e suicídio das populações LGBT e negra, o comportamento autolesivo no contexto escolar, dentre outros.
Sobre o suicídio
Segundo estudo, 804 mil pessoas cometem suicídio todos os anos em todo o mundo. O Brasil é o oitavo país em número de suicídios.
O Piauí apresenta uma taxa bruta de mortalidade por suicídio superior à do Brasil e Nordeste no período de 2010 a 2014, caracterizado por uma tendência crescente, ao se fazer uma comparação entre os anos de 2010 e 2014, respectivamente. Em termos de dados absolutos, evidencia-se que Teresina é o município com maior número de óbitos por suicídio, seguido pelos municípios de Parnaíba e Picos.
Os fatores de risco para suicídio incluem a doença mental e física, abuso de álcool e drogas, doença crônica, tensão emocional aguda, violência, uma mudança súbita e importante na vida de um indivíduo.
Apesar dos problemas de saúde mental desempenharem um papel que varia nos contextos diferentes, outros fatores, como situação cultural e socioeconômica são particularmente influentes. O impacto do suicídio nos sobreviventes, como cônjuges, pais, filhos, família, amigos, colegas de trabalho e pares que são deixados para trás, é significativo, tanto imediatamente como em longo prazo.
Fonte: Ascom