A passagem do governador Rafael Fonteles, por Parnaíba, também foi marcada por protestos em favor da educação. Durante a reunião de lançamento do Orçamento Participativo (OPA), no auditório da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), professores da entidade aproveitaram para reivindicar melhorias salariais e investimentos de pessoal e infraestrutura nos campi da universidade.

De acordo com Lucineide Barros, coordenadora do Sindicato dos Docentes da Uespi, se o momento é de ouvir a comunidade, essa é também uma oportunidade do governador saber das necessidades da instituição. “Estamos aqui para dizer que orçamento do Piauí precisa contemplar professores da única universidade pública mantida pelo estado. Os professores da Uespi, mestres e doutores na sua maioria, estão com mais de 62% de perdas inflacionárias acumuladas em seus salários ao longo de 10 anos, ou seja, em 10 anos o nosso salário perdeu o poder de compra em mais da metade. Não se ode fazer universidade, ensino superior público de qualidade, sem professores valorizados”, diz.

Sobre os investimentos na Uespi, o governador Rafael Fonteles afirmou estar em diálogo com a categoria e movimentado recursos para as estruturações reivindicadas. “Toda manifestação é legítima. Essa é uma pauta que nós já endereçamos, que é a reforma, ampliação e modernização do campus da Uespi de Parnaíba, que foi anunciada. E a segunda pauta é o reajuste salarial, que nós faremos em todas as categorias no mesmo patamar, pois todos os servidores públicos são igualmente importantes. Não conseguiremos fazer no primeiro semestre, mas iremos tentar realizar os estudos para no segundo semestre dar uma resposta numa mesa de negociação que vai envolver todos os profissionais de todas as áreas do governo”, disse Fonteles.

Durante o lançamento do OPA, houve ainda a manifestação sobre questões estruturais no Ceti Polivalente Lima Rebelo, escola de tempo integral que tem a melhor avaliação no Índice de Desenvolvimento Básico da Educação (IDEB), na cidade, mas que segundo professores e alunos está desde 2009 sem nenhuma reforma. “Mesmo sendo uma escola de tempo integral, não temos estrutura nenhuma. Não temos estrutura para banho, para alimentação, nem descanso dos alunos. Então é isso que viemos reivindicar e ao mesmo tempo convidar o governador para conhecer essa nossa realidade”, conta a professora de história, Francideia Carvalho.

Segundo Kayna Cristina Silva, aluna do 2º ano do Ceti Polivalente Lima Rebelo, a falta de estrutura tem afastado os alunos da escola. “Nós temos um IDEB que é um dos melhores aqui de Parnaíba, mas se você chegar na escola o que vai encontrar são alunos dormindo no chão, porque não tem espaço para descanso, e isso tem feito com que muitos alunos saiam da escola. O que queremos é uma melhora quanto a estrutura, pois a gente vive reclamando mas não vemos melhora nenhuma”, lamenta.