O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar nesta quarta-feira (11), em transmissão pelas redes sociais, que é contrário à vacinação obrigatória contra covid-19, mas destacou que se o imunizante no enfrentamento ao novo coronavírus receber o aval tanto do Ministério da Saúde quanto da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) será comprado e ofertado pelo governo federal.

 

“Não pode ser obrigado. Quem não quer tomar a vacina, caso ela chegue, seja aprovada pela saúde e certificada pela Anvisa, o governo federal, a princípio, nós vamos comprar. Se não tiver nenhum impedimento, nós vamos comprar a vacina. Disponibilizaremos, claro, mas jamais da nossa parte ela será obrigatória. Não tem cabimento”, disse.

 

A declaração foi dada no mesmo dia em que a Anvisa autorizou a retomada dos testes com a CoronaVac, vacina da chinesa Sinovac que está sendo testada no país pelo Instituto Butantan, após uma interrupção determinada na segunda-feira (9).

 

Na véspera, Bolsonaro chegou a comemorar nas redes sociais a suspensão pela Anvisa dos testes com a CoronaVac após relato de um evento adverso grave. Posteriormente, soube-se que um voluntário suicidou-se. Após receber oficialmente essa informação, o órgão regulador autorizou o prosseguimento dos trabalhos.

 

Bolsonaro barrou no mês passado a compra pelo Ministério da Saúde da vacina que está sendo testada pelo Butantan, contestando sua a eficácia e procedência, em meio a uma disputa com o governador de São Paulo e seu desafeto, João Doria.

 

Na transmissão desta quarta-feira, o presidente fez uma comparação em se obrigar a se vacinar contra covid-19 e se usar a cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada para o tratamento da enfermidade defendido por ele.

 

“Nunca obriguei a ninguém a tomar cloroquina”, disse, ao citar o uso do remédio para outras doenças e dizer que ela não seria experimental para a covid-19. Bolsonaro, que na véspera disse que o Brasil tem que deixar de ser um país de maricas, numa referência pejorativa ao receio com a covid-19, comemorou nesta quarta a recente melhoria nos dados da pandemia no país.

 

“Pelo que tudo indica, acho que ontem morreram menos de 300 pessoas, a gente lamenta, mas o número de mortos tem caído vertiginosamente no Brasil. Espero que continue assim, que estamos atingindo a tal imunidade de rebanho”, disse.

 

Novamente, o presidente disse que lamenta as mortes e criticou aqueles que dizem que ele seria insensível, mas defendeu se enfrentar a questão e citou que todo mundo vai morrer um dia.

 

O Brasil, com 163.373 mortos e 5.748.375 casos, é o segundo país com maior número de mortes por coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em casos, abaixo dos EUA e da Índia.

 

Fonte: R7