Em 77 dias de greve, os médicos peritos do o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deixaram de realizar cerca de 30 mil atendimentos só no Piauí. As perícias agendadas são remarcadas e, ainda assim, quem busca o atendimento fica com a liberação do benefício comprometida.
Prejuízo é para quem precisa realizar o exame para conseguir a aposentadoria, afastamento do trabalho ou auxílio doença. “Vou remarcar de novo. Não sei para quando. O jeito é esperar”, declarou a segurada Irismar Ferreira.
Toda esta dificuldade no atendimento é porque apenas 30% dos 57 médicos peritos do estado estão trabalhando. “A prioridade são os benefícios iniciais de quem faz o requerimento pela primeira vez, que geralmente são casos graves e tem urgência no serviço”, explicou o gerente executivo do INSS, Carlos Augusto Viana.
De acordo com a associação da categoria, não há previsão para o retorno dos trabalhos, pois até o momento o Governo Federal não se manifestou para fazer qualquer tipo de negociação. A principal reivindicação dos médicos peritos é o fim da terceirização dos serviços.
“Um desejo antigo nosso é de retirar os médicos credenciados, que são os terceirizados, e a realização novos concursos públicos. Temos muitos profissionais que estão se aposentado, outros pediram exoneração, e não estamos tendo a reposição deles. Também queremos a reposição do nosso plano de carreira”, informou a médica perita Silvana Sales.
Enquanto isso, quem depende do serviço precisa ter paciência. A dona de casa Raimunda de Abreu precisa da perícia para renovar o auxílio doença, mas o exame foi marcado para janeiro de 2016.
“Eu preciso do serviço é para agora. Estou sem remédio e comida em casa. Minhas filhas estão com os vizinhos e o meu marido desempregado”, declarou.
Fonte: G1/PI