Com base nos dois últimos censos demográficos, realizados em 2000 e 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que, em 2030, a população piauiense deve atingir a marca dos 3.232.330 cidadãos, ou seja, cerca de 90 mil novos piauienses devem nascer nos próximos 20 anos. E este aumento populacional traz consigo uma série de mudanças que devem começar a ser planejadas desde já.

Um dos desafios a serem enfrentados pelo estado refere-se à criação de formas de fixação da população ativa em seu território de origem, pois o estudo do IBGE revelou que o Piauí é um dos cinco estados da federação que mais perde população pelo saldo migratório. “A julgar pelo fator migratório, o Piauí ainda perde muita gente e a maioria dessas pessoas que vão embora são homens, jovens, entre 18 a 29 anos”, afirma Pedro Soares, supervisor de Informações do IBGE no Piauí.

Segundo ele, se comparar os cincos estados brasileiros que mais perdem população, o Piauí, proporcionalmente, tem o maior percentual. “A Bahia, por exemplo, tem estimado para 2013 um saldo migratório negativo de 50.700 pessoas, nós temos um saldo de 16.669, porém quando transformamos isso em percentual, a Bahia fica com saldo de 0,33% e nós com 0,52%”, explica.

Pedro Soares atribui ainda que essa perda sistemática da população ativa se deve à falta de perspectiva de trabalho no Piauí. “Esses jovens que deveriam está rendendo riquezas no seu estado de origem estão indo gerar riquezas em outra parte do país. E porque essa população migra e não retorna? É devido à falta de perspectiva no seu município. Nas décadas de 70, 80 havia uma migração para os grandes centros, ou seja, Teresina era o grande absorvedor de mão de obra no Piauí, mas, hoje, a taxa de crescimento da capital estagnou e aí os municípios que continuam com dificuldades de empregabilidade ou de ocupação dessa mão de obra se veem na situação de assistir essa população sair do estado”, avalia.

E para agravar ainda mais essa situação, o supervisor do IBGE revela que a parcela da população que está ficando no Piauí é totalmente dependente e não trará grandes avanços locais. “O que está ficando no Piauí é o que o IBGE classifica como população dependente, ou seja, uma população de até 18, 20 anos e a população dos 40 anos em diante, ou seja, uma população que ainda não chegou ao mercado de trabalho, ou aquela que vai sobreviver de aposentadoria, pensão. Isso não traz desenvolvimento para o estado, no máximo, ficamos caminhando enquanto que outros estados estão a galope”, pondera.

Fonte: Portal O Dia