O IBGE apresentou os resultados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), com informações mais atuais sobre o prognóstico para a safra 2019. Os resultados apresentados nesta pesquisa tem como referência dados coletados em campo do mês de dezembro/2018 até a primeira quinzena de janeiro/2019. Os dados do LSPA são obtidos através de reunião realizada na Comissão Municipal de Estatística Agropecuária (COMEA) de cada um dos municípios do Estado do Piauí, reunindo representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Secretaria de Agricultura do município, bem como órgãos estaduais ligados à agricultura. Para complementar o levantamento de informações, o IBGE realiza ainda visita aos grandes projetos agrícolas do Estado.

O prognóstico para a safra agrícola 2019, com base nos dados obtidos no período de referência acima mencionado, aponta que o Piauí apresentará a maior safra da sua história, com um total de 4,52 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 7,51% em relação ao obtido em 2018, quando atingiu-se 4,21 milhões de toneladas.

Pelo prognóstico haverá um aumento no volume colhido em 2019 dos seguintes produtos:

– Soja: colheita de 2,56 milhões de toneladas, cerca de 3,91% a mais que a safra de 2018, registrando-se um aumento da área plantada de aproximadamente 6,5%;

– Milho: colheita de 1,73 milhão de toneladas, cerca de 14,10% a mais que a safra de 2018, apesar de ter se verificado uma redução da área plantada de aproximadamente 16%. O aumento da safra é basicamente em razão de um aumento esperado no rendimento da colheita;

– Feijão: colheita de 111,37 mil toneladas, cerca de 18,58% a mais que a safra de 2018, apesar de ter se verificado uma redução da área plantada de aproximadamente 13%. O aumento da safra é basicamente em razão de um aumento esperado no rendimento da colheita;

– Algodão herbáceo: colheita de 34,4 mil toneladas, cerca de 106,15% a mais que na safra de 2018, cujo aumento é devido principalmente a um expressivo crescimento da área plantada, de aproximadamente 86%;

Queda na produção de arroz

Dentre os principais produtos agrícolas no Piauí, o destaque negativo fica por conta da colheita de arroz, cujo prognóstico para 2019 aponta uma safra de 78,9 mil toneladas, o que representa uma queda de 27,85% na colheita ante o ano de 2018. Esse resultado tem como causa a redução expressiva na área plantada do arroz, que diminuiu cerca de 30% em 2019.

A cultura do arroz tem grande dependência do fornecimento adequado de água para o seu desenvolvimento e, em razão da irregularidade no regime de chuvas no Piauí, os produtores têm reduzido ano após ano a sua produção, optando por plantar outras culturas menos dependentes daquele insumo. No período de 2008 a 2017 a produção de arroz apresentou uma redução de sua área plantada da ordem de 52,32%, passando de 142.629 ha para 68.044 ha. No tocante à quantidade produzida, no período de 2008 a 2017 a queda foi de 52,69%, passando de 224,2 mil toneladas para 106 mil toneladas.

Castanha de caju deve apresentar produção de 24,3 mil toneladas

No que diz respeito às culturas permanentes no Piauí, merece destaque o prognóstico da produção de castanha de caju, que em 2019 deverá apresentar uma produção de 24,3 mil toneladas, com uma queda de 3,40% em relação a 2018. No tocante à área colhida haverá uma redução da ordem de 9,36%.

É importante ressaltar que a produção de castanha de caju no Piauí tem caído sobremaneira em razão da redução sistemática da área plantada, provocada principalmente pelo envelhecimento dos pomares, com a reposição insuficiente de mudas. Em termos de perfil do produtor do caju, percebe-se que eles são de porte médio (100 a 200 hectares) e pequeno (agricultura familiar), com um rendimento médio em torno de 350kg/ha. Com relação aos grandes projetos de produção de caju, estes estão sendo desativados em razão do baixo retorno do investimento, causado principalmente pelo fenômeno climático da seca.

Analisando-se o período de 2008 a 2017, a produção de castanha de caju apresentou uma redução de 57,42% na área colhida e uma redução de 69,58% na quantidade colhida do produto.

Fonte: IBGE