O aumento da inflação afeta de forma mais dramática as famílias com renda mais baixa, que sentem de forma diferenciada o peso da alta de preços de produtos e serviços básicos, como alimentação, energia elétrica e gás de cozinha. Para estimar esses impactos a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) passa a divulgar também o mesmo índice de preços, mas calculado para três faixas de renda um a três pisos nacionais, três a oito e acima de oito salários mínimos mensais.

 

A metodologia é a mesma utilizada no cálculo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), mas os pesos dos grupos de despesa foram reestimados em função dos recortes de renda. O objetivo é medir de maneira mais precisa os impactos da inflação nas distintas faixas de rendimentos.

 

De acordo com o IPC FX acumulado 12 meses, a inflação para os que recebem renda de um a três salários mínimos foi de 10,63%; de três a oito pisos nacionais, de 10,38%; e acima de oito salários mínimos, de 9,67%.

 

O aumento no quesito habitação para as famílias com renda de um a três salários mínimos foi de 10,20%, enquanto para as famílias com renda acima de oito pisos nacionais ficou em 7,11%. Em alimentação, as famílias com ganhos de um a três salários mínimos experimentaram um aumento de 14,26% nos preços. Já as famílias com renda acima de oito pisos enfrentaram um crescimento nos preços de 12,98%.

 

Para Guilherme Moreira, coordenador do IPC da Fipe, para as famílias com renda mais baixa, os aumentos dos custos da energia elétrica, gás de cozinha e alimentos foram os que mais pesaram e comprometem sua qualidade de vida.

 

— Quando dizemos que a inflação foi de 10%, isso significa que para uma família para manter o mesmo padrão de consumo ela teria que ter uma renda 10% maior. Ou que seu poder de compra foi reduzido em 10%. Para as famílias com renda mais baixa, isso significa que muitas podem passar fome. Ela não consegue cortar itens tão básicos à sobrevivência — explica ele.

 

Fonte: Extra