Dois anos de casa nova e no há dúvidas: a Arena Corinthians sucesso absoluto para os torcedores que visitam semanalmente Itaquera.
Com média de 33 mil pessoas por jogo desde sua inauguração, em 10 de maio de 2014, a maior do país, h apenas uma pergunta sem resposta: como fechar as contas da construo do estádio?
Depois de dois anos de uso, e quase cinco desde o anúncio das obras, o Corinthians quitou R$ 74,3 milhões do custo estimado de R$ 1,2 bilhões da arena —6% do total.
Com a venda do nome do estádio mais perto de ser assinada —o que renderia R$ 400 milhões para amortizar a dívida—, o que mais preocupa o clube agora um “buraco” de R$ 420 milhões, que pode no ter como ser coberto.
O valor referente aos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento). Por ter sido sede da abertura da Copa do Mundo, a prefeitura deu ao clube isento de impostos por meio desses papeis, que a diretoria pode vender no mercado —quem compra abate o valor do imposto a pagar.
Até agora apenas R$ 24,8 milhões dos R$ 420 milhões previstos foram vendidos. Toda a compra foi feita pela Odebrecht, empresa que construiu o estádio.
Ex-presidente do Corinthians e responsável pela obra desde o incio, Andrés Sanchez concorda que os CIDs são o maior problema das contas hoje, mas diz no ter dívida de que todos serão vendidos. “Está um pouco emperrado, mas vai vender.”
O grande obstáculo foi uma ao judicial do Ministério Público de S]ao Paulo contra a prefeitura por improbidade administrativa.
A primeira decisão foi favorável ao clube, mas a ao gerou uma desconfiança no mercado sobre a validade dos papeis -h receio de que eles deixem de ter valor caso haja algum revés na Justiça.
Também pela dificuldade para a venda, o valor desses certificados j no mais o mesmo. De acordo com o fundo que administra a arena, eles podem estar valendo j cerca de R$ 346 milhões.
Considerando juros e empréstimos feitos durante a realização das obras, o estádio custou ao Corinthians cerca de R$ 1,2 bilhões -deste total, R$ 400 milhões vieram de financiamento do BNDES (para serem pagos em 12 anos), R$ 420 milhões viriam dos CIDs e R$ 380 milhões de outros empréstimos e juros.
A expectativa inicial era a de que a venda dos direitos de nome da arena seriam usados para ajudar a quitar a dívida do BNDES (o valor o mesmo), mas o negócio s deve ser fechado agora.
Se os papeis dos CIDs fossem vendidos, faltaria pouco para pagar o custo da arena.
CASA CHEIA
Em dois anos, a arrecadação com bilheteria bateu em cerca de R$ 137 milhões. Tirando despesas, o lucro ficou perto de R$ 78 milhões.
O dinheiro vai para o fundo que administra a arena e usado para pagar o empréstimo ao BNDES -parcelas mensais de R$ 5,5 milhões. J foram pagos R$ 49,5 milhões.
O fundo pediu no incio do ano uma carência extra de 17 meses para pagar as parcelas, alegando que o clube teve carência menor (19 meses) que a dos empréstimos para outros estádios da Copa (36).
Por estar em negociação, o fundo no pagou a parcela de abril e no pagar a de maio.
Mesmo diante dos atrasos, Andrés Sanchez segue dizendo ter esperança em quitar as dívidas antes de o prazo de 12 anos se esgotar e se incomoda com o assunto.
“Eu falei que podemos pagar em sete anos, mas temos 12 para fazer isso. Por que você não fala que está cheio de família, grupos de mulheres que hoje vão a arena? Que a grande maioria está respeitando seus lugares e o estádio enche quase no horário do jogo, pois as pessoas ficam nas lanchonetes? Que o estádio se esvazia em seis minutos? Que no tem fila e que raramente h algum problema?”, disse o dirigente.
Fonte: Novidade New