Em depoimento à Polícia Federal na última sexta (16), Joesley Batista, delator e um dos donos da JBS, afirmou que soube por Geddel Vieira Lima que o presidente Michel Temer “pressionou” a ex-presidente do BNDES Maria Silvia para favorecer o frigorífico.
De acordo com o empresário, o presidente teria chamado Maria Silvia em seu gabinete para pedir que ela não vetasse uma reestruturação societária da JBS no exterior.
A data do encontro não foi informada no depoimento prestado à PF. Joesley também não informa qual foi o final da história, se a empresa teve, afinal, o pleito atendido pelo BNDES. O teor do depoimento foi divulgado nesta terça pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O BNDES barrou a reestruturação -ou seja, a então presidente do banco não teria atendido o desejo da empresa de Joesley.
Maria Silvia pediu demissão do comando do BNDES no dia 26 de maio, menos de dez dias depois de a delação dos executivos da JBS se tornar conhecida.
“O depoente [Joesley] se recorda que estava com uma demanda junto ao BNDES para não vetar a reestruturação societária da JBS SA no exterior. Que Geddel Vieira Lima disse que precisaria contar com o apoio de Eliseu Padilha, razão pela qual o depoente organizou um jantar em sua casa para tratar do assunto”, diz trecho da transcrição do depoimento de Joesley feita pela PF.
“Que o depoente [Joesley] soube, por Geddel que o Presidente Michel Temer teria chamado a presidente do BNDES Maria Silvia Bastos Marques em seu gabinete em Brasília para pressioná-la no sentido de atender ao pleito do depoente. Que esse assunto foi inclusive narrado no dia 7 de março e consta nos autos em que o presidente confirma que viajou ao Rio de Janeiro para tentar interceder em favor do declarante”, afirma o relato do delator da JBS.
O dia 7 de março, mencionado no depoimento, foi quando Joesley foi no Palácio do Jaburu e gravou o presidente Temer sem que ele soubesse.O BNDES foi citado na conversa, mas sem detalhes.
Fonte: Folhapress