Ex-coronel Correia Lima

O Tribunal de Justiça, a Defensoria Pública, o Ministério Público e a Secretaria de Segurança montaram um verdadeiro aparato para o Júri do ex-coronel José Viriato Correia Lima que acontece nesta segunda-feira (30), em Parnaíba. O ex-militar sentará no banco dos réus acusado de ser o mandante do assassinato do policial civil Leandro Safanelli, em 8 de agosto de 1989. Para garantir o Júri, o Tribunal de Justiça designou através da Corregedoria dois juízes que vão auxiliar o juiz presidente do Júri. A Defensoria Pública nomeou três Defensores Públicos para suprir a falta de advogado, caso isso ocorra, o Ministério Público conta um Promotor auxiliar, para alguma intercorrência com o titular da Ação e a Secretaria de Segurança, juntamente com a Polícia Militar colocaram a disposição da Justiça 50 homens entre Policiais Civis, Militares e Agentes do Trânsito para garantir a segurança, não apenas das autoridades que vão trabalhar, mas, também, do próprio réu e das pessoas que comparecerão ao local.

O JULGAMENTO

Segundo informa o Delegado de Homicídios, Francisco Costa, o Bareta, “todas as providências necessárias para garantir a realização desse júri foram tomadas”. As ruas adjacentes ao Fórum já estão interditadas. As pessoas que desejarem assistir a sessão devem pegar uma senha com antecedência por que são poucos lugares. Correia Lima será escoltado por 10 homens armados até fórum. Haverá segurança dentro e fora do Fórum e no trajeto que ele vai percorrer do presídio até a presença do juiz.

O CASO

O policial civil Leandro Safanelli, natural de Santa Catarina, trabalhava como Agente de Policia em Parnaíba e começou um namoro com a filha do então capitão Correia Lima, na época Comandante da PM na região Norte do Estado. O pai da moça não aceitou, mesmo assim, o romance continuou. Safanelli acabou sendo morto. O inquérito foi presidido pelo Delegado Bareta. Ele descreve a morte de Safanelli com o uma cena cinematográfica.

PERSEGUIÇÃO

Afirma Bareta que, Safanelli saiu de casa para o trabalho e notou que estava sendo seguido. Tentou desvencilhar-se. Começou então, um “pega” pelo centro da cidade, até que, num cruzamento, o sinal luminoso fechou no vermelho. Safanelli parou e foi abatido com uma saraivada de balas, tendo morte no local.

OUTRA MORTE

Bareta faz outra revelação. Foi por causa da morte de Safanelli que o Crime Organizado matou o Delegado Arias Filho. É que, após a conclusão do inquérito do caso Safanlli, o capitão Correia Lima fora intimado para depor em Teresina. Mas, ninguém se apresentou para traze-lo. O Delegado Arias não só aceitou a missão, como deu entrevistas, afirmando que traria Correia Lima nem que fosse algemado. Afirma Bareta que, ao saber disso, Correia Lima ordenou a execução do Delegado. Arias Filho foi morto a tiros dentro do “Bar do Hermógenes” na rua Barroso a dez metros do gabinete do secretario de Segurança.

JURI FOI UMA FARSA

Para o Delegado Bareta, o julgamento do ex-coronel Correia Lima nesta segunda-feira (30), deverá fazer justiça duas vezes. A 1ª, pela morte de Safanell. A 2ª, pela morte de Arias Filho, pois, no seu entendimento, o julgamento do matador do Delegado Arias foi uma farsa. Diz Bareta que, antes do julgamento, o então coronel Correia Lima visitou um por um todos os jurados e o assassino acabou absolvido. Para Bareta, os jurados foram todos coagidos.

Fonte: 180 Graus