A juíza da 9ª Vara Criminal de Teresina, Valdênia Moura Marques, julgou procedente o pedido de liberdade ao casal Keila Moreno e Fabiano Neves, mais conhecidos no Piauí como “Casal Styllos”. Os dois são acusados de aplicar um suposto golpe em centenas de estudantes de faculdades e universidades do Estado, que contrataram a empresa de eventos de propriedade do casal para realizarem suas festas de formatura e colação de grau.
Segundo a sentença publicada no diário da justiça desta quarta-feira (24/04), os dois devem cumprir pena de um ano e oito meses de reclusão em regime aberto e pagamento de multa. Após a decisão, os dois já teriam deixado a prisão.
A decisão publicada, que vai assinada pela juíza Valdênia Moura descreve ainda: “substituo a pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos, consistente na prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas pelos acusados FABIANO SILVA NEVES e KEILA REGINA MORENO DE SOUSA, durante 4 (quatro) horas semanais, pelo período de 2 (dois) anos, ficando a critério do Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal de Teresina – Vara das Execuções Penais, juntamente com a CENTRAL DE PENAS ALTERNATIVAS o encaminhamento dos sentenciados a uma instituição parceira melhor apropriada ao caso, como também, todo o monitoramento no cumprimento das exigências aqui impostas, durante o prazo de dois anos, sob pena de revogação”.
Veja a decisão completa no Diário da Justiça
Relembre o caso
Keila Moreno e Fabiano Neves, foram presos no dia 22 de agosto do ano passado na cidade de Goiânia (GO), onde vendiam planos funerários. A operação foi comandada pelo delegado Alessandro Barreto. Os dois desapareceram de Teresina em setembro de 2011, quando o suposto golpe foi revelado pelos próprios formandos.
Ao serem presos em Goiás, eles deram uma entrevista à TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo em Goiânia. Nas rápidas imagens mostradas pela TV, Fabiano diz que “não tinha como pagar as contas da empresa”. A Styllos Eventos era uma das empresas mais conhecidas, entre as especializadas em organizar festas de formatura, em Teresina, e tinha muitos clientes. Vários sofreram com o golpe aplicado por Keila e Fabiano.
Já em Teresina, Keila falou com a imprensa mais “calmamente” e deu sua versão dos fatos. “Peço desculpa por terem confiado na empresa. Não criamos a empresa para dar golpe, infelizmente passamos por problemas financeiros. Agora depois que respondermos tudo, e pagarmos o que a justiça determinar, vamos seguir a nossa vida. Fabiano é fonoaudiólogo, eu vou continuar meu curso de Ciências Contábeis. Infelizmente erramos, mas não somos estelionatários, somos empresários falidos”, disse Keila em uma das entrevistas.
Keila também falou das acusações de que eles teriam usado do dinheiro para fugir para a Europa. “Meu passaporte está vencido há 5 anos, nunca sai do Brasil nem antes disso tudo. Antes de ir para o Goiás passamos cerca de 6 meses em um sítio aqui mesmo, próximo”, contou. Fabiano Neves também falou durante a entrevista. “Na verdade o que aconteceu foi a falência da empresa, que já tinha 10 anos de mercado, 3 mil eventos realizados, 25 mil alunos formados. Foram vários fatores que nos levaram à falência. O tempo todo do proprietário era a Keila mesmo. Trabalhei lá um tempo, sai para fazer faculdade e voltei um mês após a morte do ex-marido da Keila”, disse.