Corregedor da Polícia Militar do Piauí, coronel George Félix Carvalho (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Corregedor da Polícia Militar do Piauí, coronel George Félix Carvalho (Foto: Ellyo Teixeira/G1)

Em meio a uma crise na segurança pública em que parte da Polícia Militar está parada por conta do movimento “Polícia Legal”, a corregedoria da PM pediu a prisão de 15 líderes da ação que parou vários quartéis no estado. 

“Solicitamos essas prisões e uma já foi efetuada. O pedido foi realizado e acatado pela Justiça porque existem provas contra esses militares que os colocam efetivando crimes como abuso de autoridade, desacato e injúria”, afirmou o corregedor geral da PM, coronel George Félix Carvalho.

Em coletiva para a imprensa realizada nesta quarta-feira (2), a Polícia Militar afirmou que se o movimento persistir serão tomadas medidas ainda mais enérgicas. “Existem gravações, vídeos, fotografias e relatórios mostrando esses líderes cometendo crimes. Já foi mantido contato com vários advogados e estamos esperando os respectivos representantes”, contou.

Em resposta aos mandados de prisão, as Associações Unidas de Militares Estaduais do Piauí informaram que estão estudando medidas de reverter os decretos. “As associações consideram a decisão arbitrária, já que há dois meses buscam diálogo com as autoridades na tentativa de solucionar os impasses quanto ao desvio de função, pagamento de risco de vida e cumprimento de acordos judiciais de reajuste salarial”, afirmou trecho de uma nota divulgada para a imprensa (confira íntegra da nota no fim da matéria).

No dia 28 de novembro, policiais militares e bombeiros do Piauí anunciaram uma paralisação para cobrar a aprovação da Lei de Organização Básica da PM, que prevê melhorias salariais e promoções. Com a deflagração do movimento “Polícia Legal”, os militares impedem que viaturas irregulares saiam dos quartéis.

O corregedor geral da PM, George Félix, afirmou que a ação visou manter íntegra e garantir o funcionamento da PM. “A ação é para manter a estrutura da polícia. Nós somos uma corporação baseada na hierarquia, onde esse movimento estava ameaçando essa ruptura e essa ação é para manter o pleno funcionamento da Polícia Militar”, afirmou.

Chamar o Exército
Dois dias após a deflagração do movimento, o secretário de segurança pública do Piauí, Fábio Abreu, reconheceu que o último fim de semana foi o mais violento do ano no estado. Segundo ele, o estado registrou 12 assassinatos no período, sendo seis deles ocorridos em menos de 24 horas na região da grande Teresina. O governo já chega a cogitar solicitar reforço do Exército.

Diante da situação, o secretário disse que solicitou ao Ministério da Justiça que seja dobrado o atual efetivo da Força Nacional de Segurança que já atua em Teresina. “Foi solicitado ao ministro da justiça que enviasse mais efetivo da Força Nacional para colaborar mais ainda nessa situação de emergência”, disse.

Nota das Associações Unidas de Militares Estaduais do Piauí (íntegra)
Diante da expedição dos mandados de prisão de policiais Militares que participam do movimento Polícia Legal, as Associações Unidas de Militares Estaduais do Piauí informam que estão reunidas com a assessoria jurídica na tentativa de reverter os decretos.
As associações consideram a decisão arbitrária, já que há 2 meses buscam diálogo com as autoridades na tentativa de solucionar os impasses quanto ao desvio de função, pagamento de risco de vida e cumprimento de acordos judiciais de reajuste salarial.
Contamos com o apoio da imprensa e da sociedade nesse momento delicado. Reafirmamos que Movimento Polícia Legal que continua.

Associações Unidas de Militares Estaduais do Piauí

Fonte: G1/PI