Foto: Reprodução
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Laerte (Gabriel Braga Nunes) mostrará que seu comportamento iráscivel se manifesta até com a própria mãe, Selma (Ana Beatriz Nogueira), em “Em família”.

Laerte entrará no escritório do galpão e notará que sumiram as partituras que ele havia guardado no canto da sala. Selma passará bem na hora e será interrogada pelo filho.

— Aquela pilha de papel velho? Ah, Laerte, mandei botar no depósito, lá atrás. Estava cheio de traça. Falei pra borrifar veneno e deixar lá, até resolver o que fazer. Pra mim, aquilo é lixo.

Laerte perderá o controle e gritará:

– São partituras importantíssimas, algumas muito raras e autografadas, dedicadas a mim pelos próprios autores. É coisa que colecionei ao longo de toda a carreira.

— Quem podia imaginar? Não é preciso ser especialista pra ver que o papel estava apodrecendo ali.

— E vai ficar muito pior lá atrás, exposto à umidade. Ou será que isso não lhe ocorreu?

— Eu não sou adivinha. Pensei que era…

Nesse momento, Luiza (Bruna Marquezine) chegará sem ser notada e ficará observando a cena, pasma. Laerte continuará a bronca.

–  Pois pensou errado! Aliás, isso é típico de você: agir como lhe dá na cabeça, sem se importar com quem está prejudicando.

— Falando assim você me pinta como uma megera, um monstro.

— Ou uma louca? Sim, porque você está piorando a cada dia, a olhos vistos! Daqui a pouco não vai servir pra mais nada, nem pra fingir que trabalha aqui no galpão. Vai ter de ser internada, antes que cometa alguma barbaridade incorrigível contra alguém.

— Laerte, você está me ofendendo e magoando…

— Em vez de se lamentar, tome uma providência e tente corrigir o erro que cometeu, se é que ainda tem remédio. Mande trazer aqueles papéis de volta e coloque no lugar de onde tirou, na mesmíssima ordem em que eles estavam.

— Desculpe. É só o que posso dizer – dirá Selma, humilhada.

— Não tem desculpa, é imperdoável. E nunca mais tome qualquer decisão aqui dentro sem me consultar primeiro. Estamos entendidos?

Selma não responderá. Cabisbaixa sairá dali e cruzará com Luiza, na porta. Ao  perceber a presença da noiva, o humor de Laerte mudará.

— Ô, meu amor, você estava aí? Por que não me avisou que vinha?

— Sou obrigada a avisar? Se não, o quê? Vai me humilhar, como acabou de fazer com a sua mãe.

— Não defende minha mãe, você sabe bem como ela é. E também é vítima da maluquice da dona Selma. Admito que perdi um pouco o controle, mas estava coberto de razão.

— A sua reação foi desproporcional.

 — Afinal, você veio aqui me criticar ou me ver?

 — Pra ver você. Mas é melhor voltar outra hora (…) Sai pra lá. Quero distância de você, pelo menos por algumas horas.

Luiza, então, sairá, intempestiva sob o olhar contrariado de Laerte.

Fonte: kogut.oglobo.globo.com