Lula (Foto Divulgação)

Em meio a denúncias que envolvem seu nome, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nessa quarta-feira (19) que voltará a andar pelo país em 2013 e que não será derrotado por nenhum “vagabundo”.

“Só existe uma possibilidade de me derrotarem: trabalhar mais do que eu. Se ficar um vagabundo numa sala com ar condicionado falando mal de mim, vai perder”, discursou o petista, sem dar nomes.

Lula discursou por mais de 40 minutos na posse do novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, entidade a qual presidiu na década de 70 e que o lançou para a vida política nacional.

Lula fez elogios ao próprio governo e à presidente Dilma Rousseff e pediu otimismo aos brasileiros diante da crise internacional.

“Temos que pensar da forma mais positiva possível. Não é porque nosso vizinho está doente que a gente vai ficar doente. Não é porque a Europa está em uma crise que a gente tem que entrar em crise.”

História de Lula nos palanque

O ato, que teve a presença de políticos do PT, PC do B e do presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), além de sindicalistas e integrantes de movimentos sociais, virou uma manifestação de desagravo ao ex-presidente, com faixas de “Lula é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo” espalhadas pelo salão e discursos inflamados contra os meios de comunicação e o Poder Judiciário.

Nos últimos dias, o ex-presidente teve seu nome envolvido no escândalo do mensalão pelo publicitário Marcos Valério, que em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), depois de ter sido condenado, acusou Lula de ter recebido dinheiro do esquema para pagar despesas pessoais e ter autorizado a atuação da quadrilha.

Lula também viu a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, ser indiciada pela Política Federal e MP por usar o nome do ex-presidente, de quem é próxima, para obter influência política.

Lula evita dar declarações sobre os casos e negou as acusações. O PT e partidos da base aliada iniciaram, então, uma mobilização para defendê-lo.

Ontem, recebeu oito governadores que lhe prestaram solidariedade e apoio de deputados em ato na Câmara. Hoje, foi homenageado nos discursos durante a posse do novo presidente do sindicato.

Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), entidade ligada ao PT, disse que as acusações são fruto de perseguição da elite brasileira, que ainda não aceitou os avanços promovidos pelo governo Lula.

“A elite percebeu que não consegue ganhar as eleições, então quer jogar no tapetão, no Poder Judiciário”, afirmou. “Se quiserem colocar a democracia em jogo, vamos para a rua pelo direito de eleger quem quisermos.”

Fonte: meionorte.com