Segundo dados do sistema DivulgaCand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais de 40% dos candidatos que concorrem às eleições de 2014 no Piauí declararam não ter ensino superior. Conforme as informações, 22,03% têm o ensino médio completo e 9,86% dos candidatos ou só leem e escrevem ou tem apenas o ensino fundamental. O percentual de candidatos com ensino superior é de 57,10%. No total, 345 candidatos disputam as eleições este ano para os cargos de governador, vice-governador, deputado estadual e federal e senador.

Três candidatos declararam saber apenas lê e escrever, o que representa menos de 1% do número total. Eles entraram na disputa pela vaga de deputado estadual. Dos 31 candidatos que tem o ensino fundamental completo ou incompleto (8,99%), sete deles estão na disputa por uma das 10 vagas na Câmara Federal dos Deputados e os demais pretendem ser eleitos para a Assembleia Legislativa.

Dos candidatos que disputam o cargo máximo do executivo estadual, cinco deles têm curso superior, um deles não concluiu faculdade e outro concluiu o ensino médio. Os candidatos que disputam uma vaga no Senado Federal todos têm curso superior.

As ocupações dos candidatos são variadas, mas algumas profissões se destacam. Segundo levantamento do G1 feito com base nos dados do TSE, o ofício de professor é o que mais se destaca em número de candidatos (35), na sequência vem os servidores públicos (30) e os deputados que tentam reeleição (21). Advogados, empresários e estudantes que também pretendem conquistar uma vaga no cenário político aparecem com 17 candidatos cada um, seguido pelos médicos (16).

Para o cientista político Cleber de Deus, a primeira análise é que os candidatos em geral têm nível de instrução baixo realmente, mas que seriam os candidatos que não têm condições de ganhar eleição.

“A maioria dos candidatos está disputando somente para fazer campanha (volume) para seus partidos e coligações, mas o ponto central é que os chefes partidários (a elite politica) tem elevado grau de instrução (escolaridade). Uma simples consulta na formação dos presidentes dos principais partidos é suficiente para se notar isso”, avalia.

Ainda conforme Cleber de Deus, ter uma formação superior é necessário para entender temas centrais e problemas sociais e políticos de cada país, estado ou cidade. “Desconheço casos de democracias consolidadas onde os líderes não tenham uma formação superior. Imagine uma situação onde os legisladores não sabem nada sobre o processo legislativo. Disso resulta as inúmeras leis que todo dia se ver sem nenhuma utilidade. A situação é crítica mesmo. Uma mudança e necessária”, alerta o cientista político.

Escolaridade do eleitorado
No Piauí, 2.345,694 eleitores estão aptos a votar nas eleições deste ano. Segundo a estatística do TSE, o número de eleitores analfabetos chega a ser mais do que o dobro do público votante com o ensino superior completo. De 2.345.694 eleitores, 265.067 (11,30%) são analfabetos enquanto 109.693 (4,67%) possuem ensino superior completo. Os dados também mostram 660.686 possuem ensino fundamental incompleto, 113.269 ensino fundamental completo, 302.957 ensino médio incompleto, 300.480 ensino médio completo e 68.648 com ensino superior incompleto.

Fonte: G1/PI