A mistura de celular e direção aumenta em 35% o tempo de reação dos motoristas, o que se torna mais perigoso do dirigir embriagado, de acordo com um estudo do Ministério do Transporte. O risco, no entanto, não é considerado por grande parte dos motoristas de Teresina. Dados recentes da Strans revelam que, de janeiro a setembro, cerca de 7.580 notificações relacionadas ao uso de celular no trânsito.
Segundo Fábio de Cristo, doutor em psicologia do trânsito e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), essa prática tornou-se comum por muitas razões, dentre elas, pela necessidade de ‘aproveitar’ o tempo que a pessoa passa em deslocamento. ”Passamos muitas horas entre casa-trabalho-casa. Outra razão é pelo ‘hábito’, isto é, ao passar tanto tempo com o celular em várias ocasiões no dia a dia, passamos a fazer isso praticamente em todos os lugares, incluindo no carro”, completa.
Os veículos se adaptam ao uso da telefonia móvel por meio de Bluetooth, uma tecnologia de comunicação sem fios. Quem utiliza esse artificio é o estudante de arquitetura Luiz Lopes (23). Ele conta que utiliza mais o celular para ouvir músicas e usar o GPS. A vantagem de conectar o aparelho é ter maior comodidade ao precisar realizar uma ligação e até mesmo não precisar andar com CDs ou pen drives no aparelho de som.
No entanto, Luiz relata que às vezes ainda utiliza o celular aliado ao volante para enviar mensagens, mesmo sabendo da gravidade da ação. “Eu tenho um carro com central multimídia, então ele já vem com Bluetooth e sincroniza tudo com o celular. Na central tem o CarPlay, que sincroniza com o iPhone, contatos, musicas, notas, rotas, gps, etc e da própria direção eu consigo controlar tudo, o que facilita muito a vida e não preciso tirar o olho da rua”, enfatiza o estudante.
Desde de novembro do ano passado, manusear celular no trânsito tornou-se infração gravíssima, passível de multa no valor de R$ 293,47 e perda de sete pontos na carteira de habilitação. Falar ao telefone é considerado infração média, com valor de R$ 130,16 e perda de quatro pontos.
Fonte: Portal O Dia