Ela não para – mesmo. Não bastasse estar no ar como a fervilhante feirante Tancinha de Haja Coração, Mariana Ximenes deu conta de um verdadeiro malabarismo artístico para viver a enfermeira aprisionada Bruna na inovadora série Supermax e a peculiar Josie no longa Um Homem Só, que chega às telonas de todo Brasil nesta quinta-feira (29.09).
Afinal, como conseguir dar conta do recado? Desvendamos a dose tripla da atriz em papo que você confere a seguir, acompanhado por editorial exclusivo fotografado nas areias cariocas por Pino Gomes, com styling assinado por Juliano e Zuel e beleza de Nathalie Billio. Porque como a programação televisiva e cinematográfica podem provar, quanto mais Mariana, melhor.
Você atualmente dá vida a 3 personagens absolutamente diferentes de produções completamente distintas entre si tanto no formato quanto no gênero. Como conciliar tudo isso e fazer a coisa bem feita sem perder a sanidade?
Na verdade, cada um desses trabalhos foi feito em uma época. Coincidiu de eles serem lançados todos juntos. Um Homem Só, por exemplo, eu filmei em janeiro e fevereiro de 2014. Supermax foi feito no ano passado. E a novela agora. Eu tive um espaço entre cada um deles, deu para fazer com tranquilidade. A vantagem de eles serem exibidos juntos é que são linguagens diferentes e personagens muito distintos. Tancinha, de Haja Coração, é solar, batalhadora, transparente e romântica. Bruna, da série, é misteriosa, cheia de mágoa e existe uma morbidez nela. Já a Josie, de Um Homem Só, é mais moleca, carente e mal-humorada. É um exercício maravilhoso poder fazer trabalhos tão diferentes.
Como foi a experiência de integrar um projeto tão inovador quanto Supermax?
Foi muito interessante participar desse projeto. Supermax foi gravado de forma cinematográfica. A sensação é de que nós estávamos fazendo cinema. Foi construído um presídio de segurança máxima dentro dos Estúdios Globo, numa área mais isolada das outras produções. Foi um processo de imersão mesmo. Parecia que a gente estava confinado mesmo naquele local. Filmávamos 12 horas por dia, isso durante cinco meses. Foi intenso. Usamos o mesmo figurino do início ao fim, e ele ia se deteriorando com o avançar da história. Depois de um tempo, já estávamos no automático. A gente chegava para gravar, prendia o cabelo da forma que estava, não tinha maquiagem e íamos para nossas celas. Na hora de descanso, cada um ficava na sua cela. O mais interessante é que Supermax não tem um protagonista, é um trabalho coletivo. Isso foi muito legal.
Você volta a contracenar com Vladimir Brichta em Um Homem Só, filme no qual o clone do personagem dele acaba se apaixonando pela sua Josie. Se você tivesse pudesse ter uma cópia da Mariana Ximenes, quais atividades/funções/chatices do seu dia a dia passaria para ela fazer?
(Risos). Ah, eu acho que deixaria a parte do trânsito para ela! Uma outra coisa seria o cabeleireiro. Deixaria ir no meu lugar. Eu só vou ao salão mesmo porque tenho que ir, mas ela poderia me substituir. Acho que essas coisas mais burocráticas do dia a dia, como ir à banco, pagar contas… ela poderia fazer (risos).
A Josie tem uma profissão no mínimo curiosa. Você alguma vez chegou a considerar seriamente encarar uma profissão outra que não a de atriz? Qual?
Eu não sei mesmo. Acho que eu nunca consegui pensar em outra profissão. Eu sempre quis fazer o que eu faço.
Diva Tancinha: o jeito de falar alto, com as mãos e o sotaque da personagem contaram com a colaboração do namorado italiano em sua construção?
A parte da mão não! Mas ele me ajudou em algumas expressões em italiano. Mas para a Tancinha, eu fiz uma preparação para o sotaque com a mesma professora que trabalhou com a Claudia (Raia) em Sassaricando, a Iris Gomes. Ela foi fundamental nesse processo.
Você tem um estilo (e porte) característico e muito elegante. Truque de styling para garantir essa elegância até mesmo na praia/piscina?
Obrigada pelo elogio! O que tem a ver com elegância é estar adequada para a ocasião. E, claro, se sentir bem, confortável com o que está vestindo. Para esses momentos, praia e piscina, gosto de biquínis e maiôs, adoro peças fluídas, saídas de praia. Gosto de usar óculos, amo chapéus. Acho lindo!
Qual a maior loucura que já fez por moda?
A maior loucura de moda que eu faço são para os meus personagens! É sério! Com a Tancinha, por exemplo, vesti uma roupa de dança bem característica dos anos 80. O maior barato! Meu trabalho me permite isso, tenho essa possibilidade de rever e vestir roupas que marcaram uma época.
Qual sua última descoberta fashion?
Eu descobri há pouco tempo o coque bem para cima, que eu podia usar assim. Tenho apostado nele nos últimos tempos.
O avançar da idade é algo que te assusta? A questão da maternidade ainda não realizada é algo que te aflige?
Essa questão da idade é algo que não me assusta. Quando olho para a Fernanda Montenegro, eu vejo que o tempo tem uma ação linda quando você o administra com sabedoria, sagacidade e poesia. Eu espero estar como ela nos meus 80 e poucos anos, trabalhando, exercendo o meu ofício, tendo uma vida ativa. Paulo José é outro exemplo lindo que eu tenho. São pessoas que me inspiram. Sobre a maternidade, não me aflige. Sigo a canção do Zeca Pagodinho e deixo a vida me levar (risos). É claro que a gente faz planos, mas temos que estar abertos para o acaso. Acredito que tudo acontece na hora certa.
Você e Filippo pretendem noivar, casar e engravidar, ou a ordem dos fatores não altera a soma?
Nossa, quantos verbos! (risos). O verbo que eu escolho é caminhar. A gente quer caminhar junto. E, claro, deixar o destino agir.
Fonte: Vogue