O ácido mefenâmico, um medicamento utilizado há quase 60 anos, pode ser uma droga promissora no tratamento do Alzheimer. Pelo menos é o que apontam os estudos da Universidade de Manchester, no Reino Unido, em um experimento liderado por pesquisador David Brougt e publicado na edição de quinta-feira passada, do periódico científico “Nature Communications”.
No experimento realizados em camundongos, o medicamento utilizado como anti-inflamatório, reverteu por completo a perda de memória em animais geneticamente modificados para desenvolverem os sintomas da doença. Foi a primeira vez que o medicamento foi testado para combater as inflamações no cérebro ligadas ao Alzheimer, inibindo um processo chamado inflamassoma NLRP3, atuando em uma via inflamatória importante, que danifica as células cerebrais. Até agora, não havia nenhuma droga disponível para atacar esta via.
Porém, o pesquisador alerta que muito mais trabalho ainda precisa ser feito até que possa dizer com certeza, que este anti-inflamatório vai atacar o mal em humanos, já que modelos com camundongos nem sempre replicam fielmente as doenças humanas. Os pesquisadores ainda estarão entrando com pedido de autorização para a realização de ensaios prévios de fase II (uma das muitas etapas no desenvolvimento de novos medicamentos, que já pode envolver um grupo considerável de cobaias humanas) para provar o conceito de que esta droga tem efeitos sobre a neuro-inflamação em humanos.
Caso os resultados sejam positivos para os ensaios clínicos com humanos e este medicamento se torne um caminho alternativo para o tratamento do mal neurodegenerativo mais preocupante do milênio, e será mais uma arma contra esta doença que afeta dezenas de milhões de pessoas em todo mundo.
Fonte: 180graus