O Piauí aparece entre os estados com maiores taxas de vitimização policial no Brasil, tanto por mortes violentas intencionais quanto por suicídios, segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 2024, o estado registrou um aumento de 100% nos dois indicadores, contrariando a tendência nacional de queda. A taxa de mortes por confronto chegou a 0,4 por mil policiais da ativa, acima da média nacional de 0,3, enquanto a de suicídios atingiu 0,5, também superior à média do país. O número absoluto pode parecer pequeno quatro mortes em confronto, mas o efetivo reduzido da corporação eleva proporcionalmente os índices. A Secretaria da Segurança Pública do Piauí afirma ter criado um programa de acompanhamento da saúde física e mental dos profissionais, mas os dados revelam um desafio crescente para o setor.
No contexto nacional, o anuário mostra desigualdades regionais marcantes na vitimização de policiais, com alguns estados sem nenhum registro e outros, como o Piauí, enfrentando elevações simultâneas em confrontos e suicídios. A maioria das vítimas é do sexo masculino, com idade entre 40 e 44 anos e mais de uma década de atuação nas corporações. A Polícia Militar concentra a maior parte das mortes, reflexo de sua atuação ostensiva e exposição direta a riscos. A maior parte dos crimes foi classificada como homicídio. O levantamento reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes para proteção e saúde dos profissionais de segurança, diante da complexidade e das pressões que enfrentam no exercício da profissão.