Após a divulgação do relatório do Ministério Público do Estado do Piauí, que mostra a maioria dos matadouros públicos do estado em situação irregular, o órgão pretende cobrar das prefeituras providências para adequação. Durante três meses, vistorias foram realizadas em 48 abatedouros e o resultado apontou uma situação grave. Apenas o município de Piracuruca, a 210 km de Teresina, na região Norte do Piauí, funciona em condições adequadas.
Segundo o MP, a responsabilidade de manter os locais de abate é das prefeituras municipais e elas devem seguir regras. Para a promotora Denise Aguiar, o serviço oferecido à população deve ser de qualidade. “O serviço dos matadouros é público. Então se é o órgão público que está fazendo esse trabalho é preciso que haja uma qualidade. Cabe a prefeitura melhorar o serviço que ela presta”, afirmou a promotora.
Apesar da situação degradante constatada pelo MP, a própria Vigilância Sanitária reconhece que não é tão simples adequar os abatedouros para atender a todas as exigências. “O funcionamento dos abatedouros exige toda uma tecnologia, chamada de tecnologia de abate sob inspeção e não é muito fácil de se fazer um abatedouro que se adeque a esse tipo de padrão”, disse Roberto Sérgio Matias, da Vigilância Sanitária.
Ele conta que mesmo a capital Teresina conta com apenas dois matadouros que atendem às exigências. “Existe todo um maquinário, preparação completa dos funcionários, enfim, é uma tecnologia muito ampla”, falou. De acordo com o diretor da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), Idílio Moura, a situação irregular dos matadouros preocupa, pois coloca em risco a saúde pública.
“Não coloca em risco somente a saúde nós consumidores, mas também tem a questão do dano ao meio ambiente”, disse. Segundo o diretor, agora cabe ao Ministério Público tomar as providências sobre a situação, expedindo recomendações aos municípios com problemas diagnosticados para que eles adotem as medidas necessárias e se adequem as regras.
Fonte: G1/PI