Foto: Cícero Portela/ O Dia

A ex-secretária estadual de Administração Regina Sousa, sucessora do deputado Fábio Novo no comando do diretório regional do PT, avalia que não existe, no Estado do Piauí, um personagem político capaz de superar o senador Wellington Dias numa disputa pelo Governo do Estado nas eleições de 2014. Regina observa que o correligionário é o que mais cresce nas pesquisas de intenção de voto, e tem retomado o fôlego até mesmo na capital piauiense, onde, historicamente, o PT é derrotado pelo PSDB do ex-prefeito Silvio Mendes e do atual, Firmino Filho.

“Ele [Wellington] está crescendo nas pesquisas, recuperando, inclusive, Teresina. No Estado, até agora não tem páreo para ele”, afirma Regina Sousa, que é suplente de Wellington e deve assumir sua cadeira no Senado Federal, caso ele, de fato, seja eleito para o terceiro mandato de governador.

Ontem, durante o lançamento da chapa única do PT para a eleição interna que escolherá os novos membros da diretoria estadual, Regina disse que um dos principais desafios do partido é escutar e entender os clamores que vêm das ruas. Por outro lado, ela afirma que a manifestações populares refletem uma insatisfação generalizada, e não restrita ao PT e ao governo da presidenta Dilma Rousseff.

“O PT, ao longo de sua história, superou diversos momentos de crise, como o chamado Mensalão, em 2005, quando inventaram um novo nome para o caixa dois de campanha, com o objetivo de condenar o PT por uma prática que é comum a todos os partidos. Naquele ano achavam que o PT iria acabar, mas nós sobrevivemos. Da mesma forma, eu acredito que vamos passar por este momento com tranquilidade, até porque a insatisfação popular não é com o governo Dilma, mas com todo o cenário político atual”, discorre Regina, que assumirá pela quinta vez a presidência do PT no Piauí.

Para que os anseios da sociedade sejam atendidos, a ex-secretária considera essencial que os parlamentares brasileiros aprovem com urgência a reforma política. No entanto, ela observa uma falta de vontade do Congresso Nacional em discutir a questão. “De certa forma, as ruas estão querendo uma reforma. Até hoje nós não fizemos as grandes reformas necessárias para o País, mas isso não foi culpa do PT. O primeiro projeto de reforma política foi apresentado pelo PT, há mais de 20 anos, e até hoje não foi votado. O problema é que com aquele Congresso não se faz grandes reformas, por isso nós puxamos [sugerimos] o plebiscito e a Assembleia Constituinte muito antes das manifestações, por meio de uma resolução aprovada em janeiro deste ano”.

Aclamado durante o lançamento da chapa encabeçada por Regina Sousa, o senador Wellington Dias disse aos colegas de partido que a sociedade quer uma mudança não só no País, mas também no próprio PT.

Sobre as eleições de 2014, o senador considera não haver obstáculo na permanência de petistas no primeiro escalão do Governo do Estado, mesmo com a possibilidade de Wilson dar predileção à candidatura do PMDB, em detrimento da sua, nas eleições de 2014. “Nós não temos compromisso com o governador, com o vice ou com qualquer parlamentar. Nós temos compromisso com o povo, com o projeto de governo. Então, enquanto o PT for importante, com cargo ou sem cargo, nós vamos continuar trabalhando por aquilo que é mais importante para o povo do Piauí”, pontua.

Por outro lado, o senador diz que buscará o apoio de siglas como o PP e PTB, antigos aliados do Partido dos Trabalhadores em nível nacional, e também do PV, que é presidido pela vereadora Teresa Britto no Piauí.

Fonte: O Dia