O silêncio dos corredores: o Mercado de Fátima e a queda do comércio local
Mercado de Fátima, um marco histórico cultural da cidade de Parnaíba, vive atualmente um período de declínio. Fundado como um centro de comércio movimentado, hoje enfrenta um cenário triste. Quase não se vê clientes percorrendo os corredores.
Segundo relatos dos artesãos que ainda trabalham no local, a principal atividade do mercado atualmente é a venda de artesanatos. Esses comerciantes dedicam-se a criar peças que refletem a cultura local, na esperança de atrair visitantes e manter viva a tradição.
Frutas e verduras ainda são comercializadas, embora quase não haja compradores. Essa situação preocupa os feirantes, que veem suas vendas despencarem mês após mês. Apesar disso, seu João Bessa, que trabalha no local há 36 anos, permanece otimista. “Frutas nós temos, fresquinha, na hora. mel de abelha, mamão, goma fresca, tangerina”, disse ele.
Alguns feirantes antigos apontaram a falta de divulgação como um dos principais problemas para a falta de clientela. Outro fator mencionado é a falta de empregos na região, que diminui o poder de compra da população local e, consequentemente, a frequência ao mercado.
Edson Lima, que mantém seu negócio no Mercado de Fátima há 25 anos, destaca que a falta de infraestrutura também é agravante para o esvaziamento nos corredores da feira.
“O mercado cada ano que está passando está se acabando. A estrutura que os que entram tentam modificar, quando chega na época da política é uma conversa, beleza, mas quando entra pelo menos só mandam pintar, muda só de cor”, lamentou.
Há esperança por parte dos que persistem trabalhando no Mercado de Fátima que um dia ele possa retomar sua importância e voltar a ser um ponto de encontro para a comunidade de Parnaíba.