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Com mais de 80 anos de existência e diversas paralisações, o Porto de Luís Correia, no litoral do Estado, continua um sonho a ser concretizado e sua conclusão hoje é motivo de questionamentos. 

Em julho de 2009, quando o então governador do Estado, Wellington Dias (PT), determinou o início das obras do Porto de Luís Correia, disse que a perspectiva para a finalização da obra seria ainda no governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2010.

Com uma base de investimento total de R$ 53 milhões, o Porto de Luís Correia virou uma espécie de miragem. Pensada e prometida há anos, a obra seria um facilitador de investimentos ao Estado, uma porta para entrada e saída de mercadorias. Em 2011, o atual governador Wilson Martins (PSB) revelou que tem como prioridade projetos de infraestrutura. Um dos focos seria a conclusão do Porto de Luís Correia. O chefe do Executivo Estadual garantiu que a obra ficaria pronta até o final do ano passado e que já “teria um navio atracando” na região.

Porém, apesar da garantia, em junho de 2011, o Ministério Público Federal requisitou a instauração de inquérito policial para apurar desvio de recursos públicos federais da obras de conclusão do Porto. Algumas irregularidades foram apontadas, como: falta de estudo da viabilidade técnica, econômica e ambiental do empreendimento; falhas na elaboração de projetos; indícios de sobrepreço; vínculo entre o autor do projeto e o executor das obras; falhas nos reajustes dos contratos, entre outros. Houve uma fiscalização nas obras entre 9 a 13 de agosto de 2011, constando no relatório de fiscalização, prejuízos que ultrapassam R$ 6,5 milhões.

Já em março de 2012, o governador Wilson Martins assegurou que as obras do porto foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tendo sido assegurado recursos na ordem de R$ 290 milhões.

Atualmente, a promessa feita pelo governador de ter um navio atracado no Porto de Luís Correia volta a ficar à deriva. Novamente, a obra entra em mais uma batalha judicial, desta vez é entre construtora e governo do Estado. O impasse aconteceu porque o governo fez um levantamento sobre o que já foi feito na obra e o que ainda falta para o término. Porém, a construtora teria perdido o prazo e ainda estaria a dever 160 milhões de reais ao estado.

Surpreso com tal situação, o dono da construtora, Heitor Gil, pediu uma auditoria federal e obteve outro resultado. Devido a isso, o Estado rejeitou a empresa de Heitor Gil para tocar a obra. Um levantamento feito por técnicos do Estado apontou que, antes, a obra precisaria de R$ 75 milhões para ser concluída. Agora, o valor subiu para R$ 300 milhões.

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