No Piauí existem mais linhas de telefone móvel do que moradores, apesar do comércio ser tão aquecido a qualidade do serviço não acompanha o ritmo de vendas. É difícil fazer ligações e até mesmo para reclamar com as operadoras. Muita gente paga caro mais é insatisfeita com o serviço que é oferecido.
O estudante Gustavo Sousa afirma que mesmo com o um celular novo não consegue fazer uma ligação. “Esse problema já é antigo, às vezes fica sem sinal justo quando queremos fazer uma ligação. Temos que marcar horário para ligar, pois em horário comercial é muito difícil completar a ligação”, disse.
Quem precisa usar o celular na Vila Joana Darc, Zona Leste de Teresina, tem de fazer sacrifícios. Andando pela rua, Roberto Carlos Teixeira fica a procura do sinal da operadora que ele utiliza e diz que só encontra quando chega ao ponto mais alto da região. “Só no ponto mais alto que eu consigo completar a ligação. Tenho que andar muito para poder encontrar sinal da operadora”, contou.
São reclamações como estas que fazem com que o setor da telefonia móvel lidere o ranking de reclamações no Programa de Proteção e Defesa do Consumidor do Piauí (Procon). De janeiro até o início de setembro 1.230 pessoas já foram até o órgão e este número já é 8% maior do que o registrado no ano passado.
Por conta da situação, em junho desse ano o Procon multou as quatro operadoras que prestam serviço no Piauí em R$ 6 milhões. De acordo com Cleandro Moura, coordenador do Procon, mais medidas podem ser adotadas. “Estamos estudando procedimentos judiciais para ingressar com ação civil pública se for necessário”, relatou.
Os deputados abriram uma comissão parlamenta de inquérito com a interseção de apurar as irregularidades nas empresas que prestam o serviço no estado. “Do jeito que está hoje não funciona. A sociedade precisa saber desses dados e, a partir desse momento com certeza ela não ficará mais calada”, argumentou Cícero Magalhães, deputado estadual (PT).
Para o especialista em tecnologia da informação Adauto Sena, as empresas investiram mais em quantidade do que em qualidade. E esse problema segundo ele, não dar pra ser resolvido em pouco tempo. “É um problema que ainda vai demorar muito tempo para ser resolvido, porque esses investimentos começam na ponta e demoram um pouco para chegar até o consumidor.”, revelou.
A Oi informou que para este ano prevê investimento de em todo o país de mais de R$ 6 bilhões. A Tim disse que reitera o compromisso em oferecer os melhores serviços com o objetivo de atingir a máxima satisfação dos clientes. Já o sindicato das empresas de telefonia do Brasil afirmou que existe barreiras que dificultam a instalação de antenas de telefonia móvel, mas que as empresas já investiram 8% a mais que no ano passado.
Fonte: G1 Piauí