Obras Paralisadas pela greve (Foto: divulgação)

Em uma assembleia geral realizada na manhã de hoje (16), em Paulistana os trabalhadores da ferrovia Transnordestina decidiram entrar em greve e paralisar a obra por tempo indeterminado. Eles exigem que à construtora Odebrech, empresa responsável pela obra, cumpra uma série de itens relacionados ao pagamento e gratificações dos operários de forma que ofereça condições melhores de trabalho aos mais de 600 trabalhadores da obra no Piauí.

Segundo Régis Freire Gomes presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Terraplanagem em Geral do Estado do Piauí (Sintepav), pelo menos 70% dos trabalhadores já aderiram à paralisação. Os outros 30% que participaram da assembleia também decidiram entrar na greve, mas durante a manifestação, um engenheiro representante da empresa usou da palavra e ameaçou os trabalhadores de demissão imediata caso, eles participassem da greve e por este motivo estes trabalhadores não seguiram a maioria, que mesmo com ameaça, mantiveram o movimento.

Conforme ainda Régis Freire, a partir de amanhã o movimento vai se intensificar porque haverá piquete na porta dos canteiros de obras e também devido à adesão dos trabalhadores da obra nos estados de Pernambuco e Ceará que dizem estar com o mesmo problema. Ao todo, são cerca de nove mil trabalhadores que estão à espera que a, Odebrech cumpra os acordos firmados na convenção coletiva da categoria.

Entre as queixas está a de que a empresa está deixando de pagar a Participação em Lucros e Resultados (PLS) e o Programa de Incentivo à Produtividade (PIP). “Foram decisões tomadas em acordos coletivos de trabalho, mas que a empresa vem insistindo em não cumprir. Além disso, as horas extras não estão sendo pagas de forma correta. Se faz 100 horas extras, a empresa quer pagar apenas 50”, criticou.

As reivindicações não param por aí. Há denúncias de maus tratos e de péssimas condições de trabalho nos canteiros das obras, sendo que uma das principais é a alimentação inadequada. “Todos estes itens deverão ser discutidos pela categoria”, disse Régis, acrescentando que se a paralisação acontecer será por tempo indeterminado, enquanto não avançarem as conversações. “Queremos fazer tudo dentro da lei para que não seja questionado. Apesar das reclamações, a empresa não se manifestou. Não houve diálogo, mesmo com as tentativas”, relata Régia.

A Ferrovia Transnordestina é uma das principais obras do Governo Federal, que deverá ligar os portos de Pernambuco e Ceará passando pelo sertão do Piauí. Essa não é a primeira vez que as obras paralisam. Uma greve foi deflagrada pela categoria em 2010 quando um operário foi acidentado e acabou falecendo na obra.

Fonte: 180graus