padilhaminO ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta terça-feira (11) que o presidente da República, Michel Temer, terá uma “DR” com deputados da base aliada que votaram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento dos gastos da União. O termo “DR” é usado para designar a expressão “discutir a relação”.

Nesta segunda (10), o plenário da Câmara aprovou a PEC em primeiro turno, por 366 votos a 111 (com duas abstenções), resultado considerado pelo Palácio do Planalto como uma “vitória maiúscula”, pois eram necessários 308 votos para a proposta passar. O próprio presidente Temer comemorou a aprovação do texto, mas disse que “sacrifícios” ainda serão necessários.

Dos 412 parlamentares da base aliada ao governo, 386 estavam presentes na sessão. Desses, 358 votaram a favor da PEC (86,9%), enquanto outros 26, contra. Houve ainda, na base, uma abstenção e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não votou, porque o regimento interno prevê que ele se manifeste somente em caso de empate.

“O presidente Michel Temer disse que haverá uma ‘DR’ com quem não teve condições de acompanhar o governo ontem. E, é óbvio que, o governo se faz com aliados. Quem circunstancialmente tem dificuldade de ser aliado, por óbvio, que o governo não o prende na base de sustentação. Mas essa é uma questão que o presidente vai tratar”, declarou Eliseu Padilha nesta segunda, após cerimônia no Palácio do Planalto.

Questionado sobre como o governo avaliou as “traições” dos parlamentares da base que votaram contra a PEC, Padilha disse que “não conhece” esta palavra e alegou que os deputados terão uma explicação.

“Se nós formos ouvi-los […], eles [que votaram contra a PEC] terão uma explicação. O governo é que terá que avaliar [as respostas]. Não vejo como traição. Às vezes, há circunstâncias políticas que obrigam o político a agir olhando para a sua base de sustentação”, afirmou o chefe da Casa Civil.

Um dos principais conselheiros políticos do presidente Michel Temer, Eliseu Padilha acrescentou ainda que a expectativa do governo é de que, nas próximas votações da PEC no Congresso (segundo turno na Câmara e dois turnos no Senado), haja um aumento no apoio da base aliada à proposta. “Mas tem de medir isso muito próximo da votação”, acrescentou.

Fonte: G1