O Papa Francisco, de 84 anos, recebeu alta nesta quarta-feira (14) e deixou a Policlínica Universitária Agostino Gemelli 10 dias após passar por uma colectomia (cirurgia para retirar parte do cólon).
Foi a primeira hospitalização do pontífice desde que assumiu a liderança da Igreja Católica, em 2013.
Imagens mostram o carro que transportava o papa parar antes de entrar no Vaticano. Francisco então desce, cumprimenta policiais e depois volta para o veículo.
O Vaticano havia informado na segunda-feira (12) que Francisco permaneceria no hospital por mais alguns dias (sem especificar quantos), para ajustes na medicação e na reabilitação.
No domingo (11), ele apareceu para público pela primeira vez desde a cirurgia e fez sua oração semanal da varanda do 10º andar do hospital. Ele parecia estar em boa forma.
O Papa terá mais várias semanas para se recuperar da cirurgia antes de começar a viajar novamente, em setembro.
Em março, em sua primeira viagem desde o início da pandemia, ele visitou o Iraque.
Ele planeja visitar em setembro a Hungria e a Eslováquia e em novembro a Escócia, para participar da conferência do clima (a COP26), Malta e Chipre.
Parada para oração
Após a alta e antes de retornar ao Vaticano, o papa parou para orar na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma.
Francisco normalmente faz isso no final de cada viagem ao exterior, para agradecer à Nossa Senhora.
Horas depois, o Vaticano divulgou foto do pontífice na basílica, em frente à imagem da Virgem Maria.
O problema e a cirurgia
O papa foi internado no dia 4 para uma cirurgia no intestino grosso para reparar uma estenose diverticular (estreitamento) do cólon, que dificulta a passagem das fezes.
O problema, que é mais comum em pessoas mais velhas, causa dor e inchamento, inflamação e dificuldade nos movimentos intestinais.
Exames confirmaram a estenose diverticular grave no cólon, com sinais de uma diverticulite esclerosante.
Estenose diverticular do cólon
Na terceira idade, é comum que apareçam “saquinhos” na parede dos tubos do intestino — eles surgem principalmente pelo enfraquecimento natural dos tecidos.
Essas “bolsas” são os divertículos, e a diverticulite é a inflamação dessas protuberâncias.
As inflamações deixam cicatrizes nos tubos do intestino, o que deixa a parede do órgão mais grossa — e dificulta a passagem do material pelo tubo digestivo. Esse estreitamento do órgão é a estenose.
O quadro pode ser tratado com remédios, mas quando há sangramento do intestino é preciso submeter o paciente a uma cirurgia.
Fonte: G1