Foto: Marcos Santos/USP Imagens (04/04/2016)
Foto: Marcos Santos/USP Imagens (04/04/2016)

Os economistas do mercado financeiro reduziram, pela quarta semana seguida, sua estimativa de inflação para este ano, mas também pioraram, novamente, sua previsão para o “encolhimento” do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016. 

As expectativas foram colhidas na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (4) pelo Banco Central, por meio do relatório de mercado, também conhecido como focus. O levantamento foi feito com mais de 100 instituições financeiras.

Para 2016, a expectativa do mercado para o IPCA, a inflação oficial do país, caiu de 7,31% para 7,28%. Foi a quarta queda seguido do indicador. Apesar da queda, ainda permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para este ano.

A melhora na previsão de inflação do mercado financeiro para este ano começou após a divulgação da inflação de fevereiro, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somou 0,9% – contra 1,27% no mês anterior. Com isso, o índice perdeu força no mês passado.

Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação permaneceu estável em 6% – exatamente no teto do regime de metas para o período, e também longe da meta central de 4,5% estabelecida para o próximo ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A autoridade monetária tem informado que buscará “circunscrever” o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%) e, também, fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017. O mercado financeiro, porém, ainda não acredita que isso acontecerá.

Produto Interno Bruto 

Para o PIB de 2016, o mercado financeiro passou a prever uma contração de 3,73% na semana passada, contra uma retração de 3,66% estimada na semana anterior. Foi a décima primeira piora seguida do indicador. 

Em 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro teve um tombo de 3,8% – o maior em 25 anos. Se a previsão de um novo “encolhimento” se confirmar em 2016, será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948.

Para o comportamento do PIB em 2017, os economistas das instituições financeiras baixaram a previsão de alta de 0,35% para 0,30%. Foi a terceira queda seguida do indicador.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. 

Taxa de juros

O mercado financeiro baixou, na semana passada, sua estimativa para o patamar da taxa Selic no fim deste ano. 

A previsão passou de 14,25% ao ano (atual nível dos juros básicos da economia) para 13,75% ao ano. Isso quer dizer que os analistas passaram a projetar, oficialmente, corte dos juros no decorrer de 2016.

Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros permaneceu inalterada em 12,50% ao ano – o que pressupõe continuidade do recuo dos juros no ano que vem.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.

As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. 

Câmbio, balança e investimentos

Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 caiu de R$ 4,15 para R$ 4. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar recuou de R$ 4,20 para R$ 4,10. 

A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 subiu de US$ 43,5 bilhões para US$ 44,8 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit avançou de US$ 47,5 bilhões para US$ 50 bilhões.

Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou inalterada em US$ 55 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analista subiu de US$ 55,25 bilhões para US$ 54 bilhões.

Fonte: G1