Uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública concluiu que 40% das mulheres policiais já sofreram assédio moral e sexual dentro da corporação. Ainda de acordo com a pesquisa, apenas 11% denunciaram o caso e 68% das vítimas não ficaram satisfeitas com o resultado do inquérito.

A pesquisa ainda divulgou que 74% dos casos é o assédio acontece com um policial de patente superior ao da vítima. A corregedoria de polícia do Piauí informou que não tomou conhecimento sobre nenhum caso de assédio no estado.

Uma policial piauiense assediada que preferiu não se identificar contou que quando acontece o assédio moral, geralmente ele é do superior para o subordinado. “Tentou pegar no meu braço, tentou esboçar como se fosse beijar a minha boca, eu estava no ato do serviço. Me afastei e o empurrei, e disse que me queixaria ao meu superior sobre tal fato”, disse.

Já outra policial que sofreu de abuso dentro da corporação disse que geralmente os autores do assédio se justificam com frases preconceituosas e machistas como: ‘Ela fez por onde’. ‘É coisa da cabeça dela’. ‘Quem manda ela se vestir de certa forma?’. “Eles procuram colocar a culpa na mulher”, relatou a oficial.

De acordo com o psicólogo Eduardo Moita, as pessoas que praticam esse tipo de comportamento, se utilizam dos poderes que possuem, sejam em relação à força física ou hierárquica. “À medida que a punição não acontece isso se banaliza. E quando se banaliza todo mundo acha que pode fazer”, disse.

Sobre o assunto, o representante da divisão técnica da corregedoria da Polícia Militar, Jorge de Sousa Lima, informou que a corporação abomina todo tipo de assédio que venha a acontecer com as oficiais da PM e disse ainda que não tomou conhecimento sobre nenhum caso informado na matéria.

“A corregedoria está de portas abertas para todas as vítimas que vierem a ter sua integridade assediada, moral ou sexualmente, para que possamos abrir procedimento administrativo adequado para apurar essas irregularidades. Isso nos preocupa e encorajamos as possíveis vítimas a procurar a corregedoria para denunciar a prática criminosa”, contou.

Fonte: G1/PI