A Polícia Federal realizou nessa quarta-feira (15/10) uma operação de combate à pedofilia em todo o Brasil em 18 estados e no Distrito Federal. Coordenada pelo Rio Grande do Sul, a ação deflagrada simultaneamente por 44 unidades da PF contou com cerca de 500 agentes e prendeu pelo menos 45 pessoas no país e 6 no estado por crimes relacionados à pornografia infantil. Também ocorreram 18 prisões em São Paulo, três no Paraná, duas no Distrito Federal, duas no Rio Grande do Norte, uma em Minas Gerais, uma em Goiás e uma no Piauí.
Ao todo, são cumpridos 93 mandados de busca, de prisão e de condução coercitiva no país. O objetivo com as buscas é confirmar a identidade dos suspeitos e buscar elementos que comprovem os crimes de armazenamento e divulgação de imagens, além de abuso sexual de crianças e adolescentes. Outros 12 mandados são cumpridos em Portugal, Colômbia, México, Venezuela e Itália.
Além do Piauí, a Operação DarkNet ocorre nos estados do Rio Grande do Sul, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.
A investigação ocorreu através do rastreamento de pornografia infantil na chamada deep web, espaço da internet que não é acessado pelo usuário convencional e cujo conteúdo não aparece em sites de busca. Para chegar até ela, é necessário ter um programa que torna a navegação anônima, o que impede a identificação de quem manda e recebe dados da internet. Através de metodologia de investigação inédita e ferramentas desenvolvidas, os policias federais conseguiram quebrar esse paradigma e identificar mais de 90 usuários que compartilham pornografia infantil. Segundo a PF, apenas as polícias norte-americana e inglesa, FBI e Scotland Yard, haviam realizado este tipo de trabalho.
Segundo a PF, no decorrer da investigação, pelo menos seis crianças foram resgatadas de situações de abuso ou do iminente estupro, em diversos locais do Brasil. Em um dos casos, um pai relatava que iria abusar da filha assim que ela nascesse. Nesses episódios, policiais federais agiram e evitaram que as crianças permanecessem ou se tornasse vítima, prendendo quatro investigados.
A Operação DarkNet é resultado de um ano de investigações. Mais de 14 endereços IP (sigla para “Internet Protocol”, espécie de endereço virtual) foram analisados. Entre os investigados, há policiais, empresários e até mesmo padres.
Fonte: G1