No 1º trimestre de 2021, a taxa de desocupação chegou a 14,5% no Piauí. É o maior índice registrado desde 2012, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu início à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). São consideradas desocupadas as pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam sem trabalho e procurando por uma ocupação.
Em comparação ao 4º trimestre de 2020, quando o índice foi de 12%, houve aumento de 2,5 pontos percentuais na taxa de desocupação do Piauí. Cerca de 163 mil pessoas estavam desocupadas no último trimestre de 2020, número que chegou a 200 mil pessoas no primeiro trimestre de 2021. O aumento na quantidade de desocupados foi de 22,5% no período.
Apesar da proporção recorde, o índice do Piauí é 0,2 pontos percentuais inferior ao do país e é o menor entre os estados do Nordeste. A taxa de desocupação do Brasil ficou em 14,7% no 1º trimestre de 2021, o que representa 14,8 milhões de pessoas. O índice aumentou com relação ao trimestre anterior, quando era 13,9%, e também em comparação ao 1º trimestre de 2020, quando era de 12,2%.
Também cresceu o número de desalentados – pessoas com 14 anos ou mais de idade que deixaram de procurar trabalho porque acreditavam que não iriam encontrar. No Piauí, houve um acréscimo de aproximadamente 50 mil pessoas nessa condição entre o último trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021. A quantidade subiu de 182 mil pessoas para 231 mil no período, um crescimento de 27,4%.
Quanto ao aumento de desalentados, o indicador do Piauí é quase nove vezes maior que o do país. A variação nacional foi de apenas 3,1% entre o último trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021. O número passou de 5,7 milhões para 5,9 milhões no período.
Reduz o número de empregadores no Piauí
Entre o último trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021, diminuiu em 17,2% a quantidade de pessoas ocupadas como empregadores no Piauí. Isso representa 7 mil pessoas a menos desempenhando essa ocupação. Caracteriza-se como empregador a pessoa que trabalha explorando o seu próprio empreendimento, tendo pelo menos um empregado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Quando comparados os números de empregadores existentes entre o 1º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021, a redução é ainda maior: chega a 34,3%. No 1º trimestre de 2020, havia cerca de 48 mil empregadores no Piauí, número que caiu para 31 mil no 1º trimestre de 2021, sendo, portanto, 16 mil empregadores a menos.
Os empregadores piauienses registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) reduziram quase pela metade entre o 1º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021. De 28 mil, ficaram apenas 16 mil, uma queda de 44,3%. Entre os empregadores que atuam na informalidade, a diminuição foi de 20% no período, passando de 20 mil para 16 mil pessoas.
No cenário nacional, a situação dos empregadores permaneceu estatisticamente estável entre o último trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021. Houve queda quando considerado o 1º trimestre de 2020 em relação ao 1º trimestre de 2021, porém bem menor que no Piauí: o país perdeu 14% dos empregadores no período.
E, ao contrário do estado do Piauí, o Brasil teve redução maior entre os empregadores não formalizados. Cerca de 15,8% dos empregadores brasileiros sem CNPJ deixaram a ocupação entre o 1º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021. Já entre aqueles formalmente registrados, a queda foi de 13,7% no período.
Diminui número de pessoas ocupadas no comércio
Entre o último trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021, reduziu em 13% a quantidade de pessoas ocupadas no setor de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas do Piauí. Nesse período, cerca de 33 mil pessoas perderam suas ocupações nos estabelecimentos comerciais. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Piauí, o setor de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas foi o único que teve queda estatisticamente relevante na ocupação entre o último trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021. No final de 2020, havia 255 mil trabalhadores ocupados no setor, número que caiu para 222 mil no início de 2021.
Já quando comparado o 1º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021, observa-se que outros setores também tiveram redução de postos de trabalho. A maior queda foi no setor de alojamento e alimentação, que teve redução de 27,9% na quantidade de pessoas ocupadas, o equivalente a 21 mil pessoas. O comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas vem em seguida, com redução de 24,1% no longo prazo, o que significa que 70 mil trabalhadores perderam suas ocupações. O setor de transporte, armazenagem e correio teve queda de 23,9%, o que é igual a 10 mil pessoas. E, por último, o setor de serviços domésticos, que perdeu 22% dos trabalhadores, o mesmo que 20 mil pessoas.
Fonte: IBGE-PI