O Piauí ocupa o terceiro lugar, entre os estados do Nordeste, com mais queimadas no período de janeiro a julho deste ano, com 1.397 ocorrências, ficando atrás apenas do Maranhão (3.460) e Bahia (2.004). Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse fogo que destrói vegetação, patrimônios, prejudica a saúde e contribui para o aquecimento global, é bem comum, principalmente na época do B-R-O-Bró, nas zonas urbanas e rurais de Teresina.
O tenente Sebastião Domingos, coordenador da Defesa Civil da capital, explica que isso precisa ser entendido por moradores que queimam lixo próximo às casas “Além da queimada propriamente dita, essa queima de material como lixo doméstico, resto de poda, e capina de terrenos colocada em terrenos baldios, terminam por contribuir para descontrole desse tipo de ação, seja próximo ou distante de matas”, comenta.
A queima desses materiais potencializa uma série de problemas, e como forma de preveni-las, a Defesa Civil atua para diminuir essas ocorrências. No último sábado, os agentes da Defesa promoveram uma palestra de conscientização ambiental sobre queimadas e incêndios com os moradores do bairro Vale do Gavião e conjuntos Sigefredo Pacheco I e II, que segundo o tenente, possui grande número de incidências.
“Identificamos que a região do Vale do Gavião estava registrando bastantes índices de focos de queima no local e intensificamos ações de conscientização à população para que eles não queimassem de forma indiscriminada”.
Nesses locais, as queimadas são produzidas raras vezes por causas naturais, dada a umidade relativa do ar, aliado à vegetação seca, já que em sua grande parte ocorre por meio de atividades do homem, principalmente em épocas de preparo para o plantio em que os trabalhadores do campo queimam parte da vegetação.
“A indicação é que sempre seja feita de forma agrupada em um local. A forma de descarte, utilizada por muitos deles, é tocar fogo. Então é necessário realizar o fracionamento do material a ser queimado, que não precisa ser tudo de uma vez, e escolher o horário adequado, sem ventos”, explica.
Quanto ao horário, Domingos aconselha que seja feita no início da manhã e no final da tarde, quando os ventos são menos intensos. No entanto, a pessoa deve estar atenta, pois em dias atípicos, o vento forte pode ocorrer em qualquer hora.
Aceiros
Outro ponto que precisa ser enfatizado se refere aos aceiros, que são as faixas ao longo das cercas onde a vegetação foi eliminada da superfície do solo, que tem como finalidade prevenir a passagem do fogo para demais áreas de vegetação. Segundo Sebastião Domingos, os donos de áreas de plantio estão fazendo essa prática de forma inadequada e está configurando aumento de queimadas.
“Hoje, eles estão passando a se acostumar a fazer 1 metro e meio de aceiro. Mas essa largura não pode ser determinada assim. Ela deve ser vista conforme a vegetação com cuidado e em pequenas partes, para que seja uma queima rápida e não produza muita fumaça”, disse.
Queimadas são proibidas em Teresina
A queima de resíduo sólido, mato ou qualquer outro material orgânico ou inorgânico em Teresina está proibida desde 2017, quando foi sancionada a Lei Nº 5.073. Está proibida por meio desta lei todo tipo de queimada, inclusive, aquelas decorrentes de extrações, limpeza de terrenos, varrição de passeios ou de vias públicas na zona urbana do município.
O descumprimento acarretará ao infrator, que pode ser pessoa física ou jurídica que de qualquer forma praticar ação lesiva ao meio ambiente através de fogo, várias penalidades. As sanções são relativas à queima de resíduos domiciliares, de resíduos industriais ou comerciais, bem como a outras espécies de resíduos.
Os valores das penalidades variam de R$ 1.500 a R$ 4.500, além de suspensão de alvará de concessão, permissão ou licenciamento, quando se tratar de estabelecimentos industriais e comerciais, por tempo indeterminado. O montante arrecadado com a aplicação de sanções decorrentes desta lei será revertido em favor do Fundo Municipal do Meio Ambiente.
Fonte: Meio Norte