O secretário Estadual de Mineração, Petróleo e Energias Renováveis, Luís Coelho, esteve presente em audiência com o secretário de Relações Internacionais do Governo do Estado do Ceará, Antônio Balmahm, e o Presidente da Zona de Processamento e Exportação (ZPE) do Ceará Mário Lima. O objetivo do encontro entre gestores interestaduais, realizado no Palácio do Governo do Ceará, visa o intercâmbio entre os dois estados para o fortalecimento institucional e o melhor aproveitamento das energias renováveis e minerais entre os territórios vizinhos.
“Queremos mostrar para a ZPE e para o governo do Ceará o que nós temos e o que podemos fornecer para o estado”, explicou o secretário do Piauí.
Entre os principais pontos acordados na audiência estiveram a produção de energia eólica na Serra da Ibiapaba, a logística de câmbio de mercadorias com a TransNordestina – que ligará o Piauí ao porto cearense de Pecém -, e o fornecimento, por parte do Piauí, de matérias primas para indústrias siderúrgicas e de materiais químicos.
“Trata-se de um contato para se abrir fronteiras, abrir diálogos e negócios casados com os interesses empresariais. Eu acho de grande valia porque estamos num momento de muitos acontecimentos. No Piauí já estamos no nível de Plano de Avaliação Econômica (PAE). Já sabemos os minérios que temos e como extraí-los, agora vamos abrir as portas para saber quais serão os objetivos da nossa produção interna. Estamos mostrando e buscando nos empresários e Estados vizinhos o que necessitam para que forneçamos minérios e outras matérias”, destaca Luiz Coelho.
Com o PAE foi possível concluir que o Piauí possui duas grandes reservas de minério de ferro que abrigam uma faixa de um bilhão de toneladas cada. O Ceará possui indústrias de siderurgia, mas não possui reservas de ferro. O objetivo é abrir um leque de conversar entre o estados e fazer do Piauí um fornecedor próximo de matérias primas. Municípios piauienses como Curral Novo, Simões e outras na região de São Raimundo Nonato, como Fartura, São Lourenço e Dirceu Arcoverde podem fornecer ferro e atrair empresas siderúrgicas para o estado.
Outro ponto estratégico entre os dois estados é a ferrovia que vai ligar o Sul do Piauí ao Porto de Pecém, a Transnordestina. A obra, com mai de 1.700 km de ferrovia liga o município de Eliseu Martins, no cerrado piauiense, aos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, no Pernambuco.
“Essa foi só uma prévia e no final deste mês, início de fevereiro, outra conversa está agendada. Nela serão apresentadas as necessidades empresariais específicas do Estado do Ceará com o calcário, fosfato, minério de ferro e outros minerais que eles assim desejam. Não se trata só de minério de ferro, outras empresas que estão na ZPE cearense tem interesses em adquirir matérias primas que estejam mais próximas da zona de processamento. Estamos abrindo um leque de conversas no sentido de unir interesses, para saber o que pode ser feito para alinhar as classes empresariais dos dois estados”, relatou o secretário de mineração.
A energia renovável também se configura como uma importante área de convergência de interesses. O Piauí, que já é uma fronteira de produção de energia eólica pode estender sua produção com a potência da região da Serra da Ibiapaba, que faz fronteira com o estado do Ceará. Para o governo do Piauí, a serra tem potência para se tornar uma grande fonte de produção de energia eólica e um divisor das águas nas energias renováveis dos dois estados.
“No lado de cá do nosso estado nós temos um trabalho de pesquisa em fase terminal que apontam para a possibilidade de implantação de mais de 2 mil torres, algo em torno de 4 Gigas. É uma previsão para a Serra da Ibiapaba que envolve os municípios de São Miguel do Tapuio, Assunção, Buriti dos Montes e outros municípios da divisa com o Ceará”, adiantou Coelho.
Ainda de acordo com o secretário de Mineração, Petróleo e Energias Renováveis do Piauí, 2017 continua com boas notícias na área de energia eólica e solar. “Acredito que este ano será de grande avanços nesses dois setores renováveis. As empresas estão determinadas para investir no estado. Outro ponto é que estamos vendo no início do ano uma aumento na taxa de energia elétrica para o consumidor, com ao aumento das temperaturas e diminuição das chuvas. A opção é fazer que as energias renováveis sejam fundamentais para a geração de energia elétrica. Por isso devemos investir cada vez mais em energias limpas como a eólica e a solar”, concluiu o secretário.
A audiência interestadual deve ser proposta também para conciliar interesses econômicos com os estados do Maranhão e da Bahia.
Fonte: CCOM