Duas notícias – uma boa e outra ruim – para o Piauí com a divulgação, na semana passada, dos dados do “Mapa da Violência 2013 – Homicídios e Juventude no Brasil”. A primeira é que o Estado está fora da lista das 300 cidades mais violentas do Brasil. A segunda é que Teresina tornou-se mais violenta que São Paulo e o Rio de Janeiro.

O novo Mapa da Violência mostrou que as cidades vítimas de grande violência são, em geral, pequenas ou médias, isto é, com até 500 mil habitantes. Nas dez primeiras colocações, a única capital – e cidade grande – a aparecer é Maceió (AL). João Pessoa (PB) aparece em 30º, revelando que o Nordeste e o Norte são os maiores alvos do problema atualmente.

O levantamento do Centro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), baseado em dados do Subsistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, mostra que Teresina ainda é uma das com menos homicídios de jovens do País e os melhores índices do Nordeste. No entanto, aponta crescimento da violência na cidade, superando índices de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro.

O estudo compara dados de 2001 a 2011. Os homicídios da população total de Teresina passaram de 23,2 para 33,4 homicídios por grupo de 100 mil habitantes, nono menor índice das capitais brasileiras e o mais baixo entre as nordestinas. Porém, a taxa de Teresina é maior que as de São Paulo (11,9) e Rio de Janeiro (23,1), tidas comumente como cidades violentas. Elas estão entre as 11 capitais que seguem a tendência nacional de queda dos homicídios – a média dessas cidades passou de 46,5 em 2001 para 36,4 por 100 mil habitantes.

Em todo o Piauí, a alta de homicídios entre toda a população foi de 51,2%, enquanto em Teresina, o percentual chegou a 44,2%. Entre os jovens, as mortes por 100 mil habitantes em Teresina eram 42,5 em 2001. O número subiu para 61,1 em 2011. A média nacional é de 82 mortes/100 mil. Maceió (com 288,1) e João Pessoa (com 215,1) lideram o ranking negativo. Rio de Janeiro (com 41,4) e São Paulo com (20,1) estão entre as menos violentas em relação à juventude.

A pesquisa mostra que, em dez anos, a violência homicida no Brasil migrou do Sudeste para o Norte e o Nordeste. Enquanto os índices de São Paulo e Rio chegaram a cair 80%, as capitais nordestinas bateram recordes de assassinatos.

Entre os 5,6 mil municípios do País, 15 ultrapassaram a marca de 100 mortes por 100 mil habitantes. No Iraque, no auge dos conflitos no país do Oriente Médio, entre 2004 e 2007, essa taxa trágica era de 64,9 mortes para cada 100 mil pessoas.

Fonte: 180 graus