Assegurar às mulheres igualdade de acesso às estruturas de poder e aos processos de tomada de decisão é imperioso para o equilíbrio das relações de poder entre mulheres e homens, figurando como meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), tanto do Conjunto Mínimo de Indicadores de Gênero (CMIG) quanto da Agenda 2030 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS). Em outras palavras, as mulheres devem ter oportunidades e efetivamente participar da vida pública, em seus campos cívico e político, assumindo posições de liderança tanto no setor público, quanto no setor privado, rumo à paridade de participação em todos os espaços.

Um dos indicadores para o monitoramento da meta CMIG é a proporção de cadeiras ocupadas por mulheres no legislativo e nos governos locais (meta CMIG 4.2). O estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, publicado pelo IBGE, traz que, apesar das mulheres corresponderem a 52,7% do eleitorado brasileiro e do aumento recente da representatividade na Câmara Federal (de 14,8%, em setembro de 2020, para 17,9% de deputadas federais em exercício em novembro de 2023), o Brasil encontra-se na 133ª posição de um ranking com dados para 186 países, sendo o último colocado entre os países da América Latina.

No Piauí, a representatividade das mulheres nas Câmaras de Vereadores municipais aumentou no período de 2016 a 2020. Assim, eram 363 vereadoras em 2016, o que representava cerca de 16,9% de todos os cargos de vereador no estado, o quarto maior percentual do país.

Já em 2020, o quantitativo de vereadoras passou para 429, o que representava cerca de 20% do total de todos os cargos de vereador no Piauí, passando a ser o terceiro maior percentual do país, ficando atrás apenas dos estados do Rio Grande do Norte (21,6%) e do Acre (20,8%).

No que toca à participação das mulheres do Piauí na política em âmbito nacional, mais particularmente na Câmara dos Deputados, houve um retrocesso, pois no ano de 2016 o estado possuía 4 mulheres Deputadas, o que representava 40% do total dos representantes piauienses, e em 2023 não havia nenhuma mulher piauiense representando o estado naquela Câmara legislativa.

O estudo sobre estatísticas de gênero apresentado pelo IBGE aponta que também tem crescido a participação das mulheres em cargos das Polícias Militar e Civil do estado do Piauí.

Assim, em 2014, um contingente de 575 mulheres faziam parte dos quadros daquelas Polícias no estado, o que representava 8,4% do total de policiais. Já em 2019 o quantitativo de mulheres participando das Polícias passou para 705, o equivalente a cerca de 9,3% do total de policiais do estado.

Fonte: IBGE