Os dados de registro de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que em todo o Piauí 11 indígenas serão candidatos a vereador na eleição deste ano. Os indígenas disputarão o pleito em sete cidades piauienses, Bom Jesus, Currais, José de Freitas, Lagoa de São Francisco, Parnaíba, Paulistana e Piripiri.
O levantamento exclusivo do Cidadeverde.com mostra que o número de indígenas candidatos aumentou 57% em comparação com a eleição municipal de 2020, quando apenas sete indígenas disputaram o pleito.
De acordo com o registro do Divulcand, apenas uma dessas candidatas colocou sua foto na urna com trajes tradicionais indígenas.
O número representa 0,12% de todos os 8.904 nomes na disputa entre candidatos a prefeito, vice e vereador. São quatro etnias registradas: Aconã, Kariri, Krahô-Kanela, Tabajara.
Candidatos negros
Os dados do TSE apontam também que o Piauí registrou em 2024 uma redução das candidaturas de pessoas que se identificam como negras, a soma de “pardos” e “pretos”. Na última eleição municipal de 2020, 7.578 candidatos se identificaram na cor/raça negro, já em 2024, 6.795 nomes se identificaram como “pardos” ou “pretos”. A redução foi de 10,33%.
Este ano 8.904 candidatos se registraram para o pleito nas cidades do estado: 41 amarelos, 2.037 brancos, 11 indígenas, 5.710 pardos e 1.085 pretos. 20 candidatos não souberam informar a cor/raça.
Serão 491 candidatos a prefeito, 509 candidatos a vice e 7904 candidatos a vereador. O número diferenciado de candidatos a vice se dá por desistências e erros no registro de candidaturas. Comparado a 2020 o Piauí teve uma redução de 16,5% no número de candidatos, no último pleito 10.664 disputaram cargos públicos, 1.760 candidaturas a menos.
Veja a lista completa dos indígenas candidatos, todos a vereador:
Joel Pereira (PSOL)- Bom Jesus
Jordania (MDB) – Currais
Zé Ivan (PSB) – Currais
Claudia do Sindicato (PT) – Currais
Sousa do Sintraf (PT) – José de Freitas
Henrique Júnior (PT) – Lagoa de São Francisco
Gegê do Forró (PL) – Parnaíba
José Francisco Kariri (MDB) – Paulistana
Mãe Djenane Tabajara (PDT) – Piripiri
Reynolds (PDT) – Piripiri
Cícero Dias (PDT) Piripiri
Negros superam brancos
A Justiça Eleitoral registrou 240.587 candidatos negros, o que representa 52,7% das candidaturas. É a segunda vez na história que supera o número de candidatos brancos, que este ano são 215.763. Os dados somam postulantes a prefeito, vice-prefeito e vereador nas eleições municipais deste ano, marcadas para 6 de outubro.
Antes, a única eleição na qual as candidaturas de negros haviam superado as de brancos foi nas eleições gerais de 2022, quando o número de candidatos negros representou 50,2% do total. Nas eleições municipais de 2020, essa taxa havia ficado em 46,4%.
Os números foram divulgados na terça-feira (20) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após consolidar os dados referentes ao número de pedidos de registro de candidatura, que neste ano totalizaram 456.310. Dessas candidaturas, 155 mil são de mulheres, 33,96% do total.
A sigla com maior percentual de candidaturas negras foi o PCdoB, com 70,19% de suas candidatas se declarando negras, bem como 73,4% dos candidatos homens. Já o Novo tem o maior percentual de mulheres não negras candidatas, 58,06%, e o PL a maior taxa de homens não negros candidatos, 56,4%.
Os percentuais de cada agremiação podem ser encontrados no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O percentual de candidaturas negras e de mulheres é calculado pelo TSE com o objetivo de estabelecer a distribuição de acordo com as cotas legais dos recursos públicos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Eleitoral, e do Fundo de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário).
Para as candidaturas de mulheres, por exemplo, a legislação determina a destinação de no mínimo 30% de todos recursos empregados nas campanhas. No caso das candidaturas de pessoas negras, a aplicação de recursos deve ser proporcional ao seu número, no mesmo percentual.
Nesta semana, o Congresso aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que determina a aplicação de 30% dos recursos públicos para campanhas eleitorais nas candidaturas de pessoas negras. A regra pode levar a uma redução da verba destinada a essas candidaturas, já que acaba restringindo uma fatia que antes acompanhava o número de candidatos negros.
A classificação do TSE segue a adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que inclui entre as pessoas negras aquelas que se declaram pardas ou pretas. Segundo o Censo 2022, 56,1% da população brasileira se declara negra.
Fonte: cidadeverde.com