ETA-em-Delmiro-GouveiaEm 2017, no Brasil, 12,4 milhões das pessoas de 14 anos ou mais realizaram algum tipo de trabalho para o próprio consumo, o que corresponde a 7,4% de todas as pessoas nessa faixa etária. 

O montante representou um crescimento de 1,1 ponto percentual em relação a 2016 (6,3%).

Os dados fazem parte do levantamento “Outras Formas de Trabalho 2016 – 2017”, realizado a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua).

A taxa de realização desta forma de trabalho foi maior para os homens (7,9%) do que para as mulheres (6,9%), e as regiões Norte (11,1%), Nordeste (10,4%) e Sul (9,7%) tiveram os maiores percentuais de pessoas que realizaram atividades para o consumo próprio.

Entre as unidades da federação, o Piauí registrou as maiores taxas no país de realização de trabalho para o próprio consumo nos dois últimos anos: 17,8 % em 2016 e 19,3% em 2017. 

Isso significa que, em 2017, o Piauí tinha cerca de 497 mil pessoas produzindo para o próprio consumo, contra 456 mil em 2016. O Maranhão registrou a segunda maior taxa do país, com 16,4%, enquanto o Distrito Federal registrou a menor taxa, de apenas 2,0%.

Embora dois dos estados mais pobres do país liderem o ranking referente à quantidade de pessoas trabalhando para consumo próprio, a pesquisadora Alessandra Brito, do IBGE, considera que, a partir do levantamento, não se pode afirmar com convicção que exista uma relação direta entre esses dois indicadores. 

Segundo Alessandra, o grande número de piauienses e maranhenses produzindo para o consumo próprio pode ser uma consequência da grande quantidade de áreas agricultáveis existentes nos dois estados, além de estar relacionado à cultura da região.

Por outro lado, ela ressalta que boa parte das pessoas que produzem para o consumo próprio têm mais de 50 anos e possuem baixa escolaridade, o que pode ser um indício de que, de fato, a situação econômica das famílias seja um fator determinante para esse fenômeno.

Mais de cem mil produzem carvão para o próprio consumo no Piauí

No Piauí, mais de cem mil pessoas atuavam na atividade de produção de carvão para consumo próprio, quando a pesquisa foi realizada.

Considerado todo o Brasil, no ano de 2017, as atividades de produção para o próprio consumo mais realizadas foram o cultivo de alimentos, a pesca, a caça e a criação de animais (76,4%), seguidas pela produção de carvão, corte ou coleta de lenha, palha ou outro material (16,9%). Esses dois grupos de atividades, no entanto, apresentaram queda de 1,2 e 0,4 ponto percentual, respectivamente, em relação a 2016.

No Piauí, assim como no Brasil, o cultivo, a pesca, a caça e criação de animais eram as atividades de produção para o próprio consumo mais realizada, com taxas de 87,5% em 2016 e de 85,1% em 2017.

O único aumento significativo nas atividades realizadas para o próprio consumo no Piauí foi observado na produção de carvão, corte ou coleta de lenha, palha ou outro material, cuja taxa de realização subiu de 18,5% para 21,1% no período, ou seja: em 2017, cerca de 105 mil pessoas praticavam essa atividade no Piauí. No Brasil, as taxas dessa atividade tiveram ligeiro recuo: de 17,3% para 16,9%.

Fonte: Portal O Dia