Policiais Civis do Estado do Piauí iniciaram paralisação de setenta e duas horas desde as 0h desta segunda-feira, dia 24. A categoria protesta contra a falta de reajuste salarial e o descumprimento de acordo por parte do governo. Segundo o representante do Sindicato dos Policiais Civis em Parnaíba, o estopim para a paralisação foi o não cumprimento da quarta parcela do reajuste salarial previsto pela Lei 6.452/2013, negociada no ano passado após um movimento de reivindicação dos policiais.
“A nossa principal reivindicação é a questão salarial. A Assembleia Legislativa do Piauí aprovou o aumento do nosso salário durante três anos dividido em seis parcelas. O Governo pagou três, sendo que em novembro, mês pela qual estava prevista para sair à quarta parcela, o Estado não cumpriu. Dessa forma, os representantes do sindicato realizaram uma assembleia em Teresina para mantermos uma paralisação de setenta e duas horas. Se após esse tempo, não for mantido um acordo, a greve continuará por tempo indeterminado”, afirmou Robinson Castillo, representante do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (SINPOLPI).
Com o movimento, vários setores da polícia estão comprometidos. De acordo com a categoria, somente ocorrências graves estão sendo atendidas. Durante o período da paralisação, investigações e boletins de ocorrência estarão totalmente suspensos. Os Policiais reclamam da superlotação no 2º Distrito Policial e da falta de estrutura na Central de Flagrantes de Parnaíba.
A situação no prédio do 1º Distrito Policial de Parnaíba também é precária. No local também funciona a Delegacia da Mulher. Segundo informações do próprio SINPOLPI, a cada plantão fica um policial de serviço responsável pelas duas delegacias, o que dificulta o atendimento à população. Além disso, o 1º DP se encontra com as celas interditadas.
Outra categoria que entrou em greve na manhã desta segunda-feira (24/11), mas por tempo indeterminado, foram os agentes penitenciários. Eles cruzaram os braços e suspenderam algumas atividades internas na Penitenciária Mista de Parnaíba.
“O foco principal desta paralização é pedir exatamente para que o Governo cumpra com o acordo, feito há dois anos. Houve um movimento de greve naquele período, e o Governo se comprometeu em parcelar um reajuste em quatro anos. Mas na realidade, o Estado está dando um calote nos servidores. Esse é o principal motivo pela qual essas categorias vêm paralisando. Mas o sistema prisional do Piauí parou como um todo por tempo indeterminado”, explicou André Seixas, diretor de defesa de classe do Sindicato dos Policiais Civis, Penitenciários e Servidores da Secretaria da Justiça do Piauí (SINPOLJUSPI).
Diante dos vários problemas estruturais, os Policiais Civis esperam a conclusão do Complexo de Polícia Civil de Parnaíba. As obras, que já eram para ser entregues, estão paradas por falta de material.
Por Kairo Amaral