PREFEITO JOÃO BATISTA FERREIRA DA SILVA

Para um mandato de seis anos disputaram  a  eleição para prefeito em 1976 o jornalista e servidor público federal João Batista Ferreira da Silva e o médico Francisco de Assis de Moraes Souza, o Mão Santa, que teve o meu apoio.

Batista Silva obteve um leque de apoios inimaginável: José Alexandre e Chagas Rodrigues, Alberto e João Silva, Elias Ximenes, Cândido Athayde, Ribeiro Magalhães, Roberto Broder. O importante era derrotar Mão Santa, nem que fosse necessário unir os que sempre foram desunidos politicamente.

Dentre as lideranças políticas consolidadas Mão Santa só contou com Lauro Andrade Correia e Antônio José de Moraes Souza. Resultado: vitória expressiva de Batista Silva.

Na longa administração de Batista Silva houve pontos positivos e negativos.

Principais pontos positivos:

– municipalização da Escola Roland Jacob

– construção e restauração de estradas

– construção do Terminal Rodoviário

– construção de mercados

– incentivo ao turismo

– construção de escolas.

O principal ponto negativo foi  a destruição e reconstrução da Praça da Graça.

O ato impensado do prefeito provocou grande revolta na população que na madrugada de 31 de agosto de 1979 ateou fogo nos tapumes que cercavam e escondiam a praça destroçada.

O professor Benedito Jonas Correia externou sua revolta em artigo publicado em Caderno Especial do INOVAÇÃO, edição de setembro de 1979. Eis parte do artigo:

“É inadmissível a realização de reformas em praças,  parques e jardins, pela simples vaidade de reformar, sem  no entanto, atender ao valor histórico desses logradouros públicos. O passado grandioso traz reminiscências grandiosas. O patrimônio histórico, quando preservado, nos seus estilos primitivos, são verdadeiras paisagens de amor e de vida para a cultura de um povo. A sua destruição será, pois, a desolação, a morte do sentimento cívico, a tristeza de recordações imperecíveis.

Muitas vezes, o homem do momento, totalmente ignorante, dotado de imbecilidade integral, não pode compreender o vínculo sentimental que une as gerações, no amor à terra natal. É o caso do infeliz demolidor da Praça da Graça, o sr. Batista Silva.

O recente episódio da Praça da Graça tem muito que ver com a nossa história. Primeiro, uma simples pergunta: os bancos, a pérgula, os valiosos postes de iluminação, onde estão?  Tudo isso é história.

(…)

Devemos sentir na manifestação popular de 31 de agosto passado, reflexos sócio-culturais  da gente parnaibana. Não houve vandalismo, houve, sim, um grito de alerta , sentido, vivido, necessário, e que ficará assinalando um acontecimento de real valor na vida de um povo que ama sua história, que honra seus ante-passados, que preza seu patrimônio.

A destruição da Praça da Graça, isso, sim, foi puro vandalismo, e o responsável é o sr. Batista Silva, prefeito de Parnaíba,  –  verdadeiro inimigo da nossa Praça mais representativa.”

Por Alcenor Candeira Filho