A N O S 5 0 E 6 0
- PRESIDENTES DA REPÚBLICA NO PERÍODO:
– 31-01-1951: posse de Getúlio Vargas
– 24-08-1954: posse de Café Filho
– 31-01-1956: posse de Juscelino Kubitschek
– 31.01.1961: posse de Jânio Quadros
– 01-09-1961: posse de João Goulart
– 15-04-1964: posse de Humberto Castelo Branco
– 10-03-1967: posse de Artur da Costa e Silva
– 30-10-1969: posse de Emílio Garrastazu Médice
A) PREFEITO JOÃO ORLANDO DE MORAES CORREIA
Como mencionei no artigo “Retorno ao Norte do Piauí”, guardo vaga lembrança das eleições gerais de 1950, quando foram eleitos pelo PTB Getúlio Vargas (Presidente), pelo PSD Pedro de Almendra Freitas (Governador) e pelo PTB João Orlando de Moraes Correia (Prefeito).
Além da hospedagem de Getúlio Vargas na casa de João Orlando em agosto de 1950, lembro-me de um episódio que pode ter contribuído para a derrota do candidato a prefeito pela UDN, deputado Acrísio de Paiva Furtado, que havia ocupado por pouco tempo o cargo de prefeito municipal em 1947.
Consta que o poderoso industrial José de Moraes Correia, irmão de João Orlando, apoiava a candidatura de Acrísio, que estava muito bem na aceitação popular.
Com o propósito de reverter a situação, petebistas combinaram com João Orlando uma simulação de tentativa de seu assassinato. Um tiro de arma de fogo foi disparado da residência do vereador Alcenor Rodrigues Candeira em direção da vizinha casa de João Orlando, que teria desempenhado bem o papel de ator: caiu no chão gemendo bastante. A cidade era pequena e a notícia se espalhou rapidamente. O coronel Zeca Correia imediatamente retirou o apoio a Acrísio Furtado para ficar solidário com o irmão.
Para alguns a adesão de Zeca Correia não foi novidade: afinal de contas, como corre solto entre maliciosos e gozadores, a família Moraes Correia é semelhante a pintos de granja que se bicam o tempo todo mas terminam sempre se acomodando na paz familiar.
A propósito do tiro que teria partido do quintal de minha casa, ouvi um dia minha mãe desabafar: “Em política tenho visto de tudo. De todos os lados. Dizem que feio mesmo é perder eleição”. E me aconselhava a nunca entrar nesse jogo. Não tenho sido filho obediente, mas jamais me esqueci do conselho.
Principais realizações:
– aprimoramento dos serviços de limpeza pública
– construção do centro comercial
– construção de escolas
– pavimentação poliédrica de ruas e avenidas
Fui amigo do dr. João Orlando. Admirava-o menos como político do que como professor e médico. Dele guardo a imagem de um homem simples, bom, desprovido de ambições materiais e que, pela deficiência auditiva, ouvia rotineiramente, com som bem alto, músicas de Luís Gonzaga.
João Orlando governou o município no período de 1951 a 1954.