O juiz eleitoral da 41ª Zona Eleitoral, Ulysses Gonçalves da Silva Neto, cassou o prefeito Lourival Bezerra Freitas e o vice Joel Alves de Alcântara na cidade de Esperantina, localizada a 174 Km de Teresina, nesta quarta-feira (15). A decisão foi tomada com base na ação movida pela coligação que ficou em segundo lugar nas eleições municipais de 2012, onde constavam denúncias de irregularidades na prestação de contas como formação de ‘caixa dois’, compra de votos, abuso de poder político e econômico.O magistrado desconsiderou a maior parte das acusações por falta de provas, mas avaliou como crime eleitoral a distribuição de combustível e a realização de showmício organizado por Lourival Bezerra em agosto de 2012. Segundo a decisão, o então candidato se favoreceu do evento que contou com a participação de apresentador de uma TV local para obter vantagem no pleito.
A decisão apontou ainda o fato do vice-prefeito não ter se afastado de suas funções médicas durante a campanha eleitoral, como crime. De acordo com o documento, Joel se beneficiou dos atendimentos prestados no hospital da cidade, Júlio Hartman, e em sua própria residência para conquistar e influenciar os votos dos pacientes.
“Joel Alves de Alcântara, deliberadamente deixou de implementar a necessária desincompatibilização prévia da função de médico vinculado ao estado do Piauí e atuando na cidade de Esperantina, mais especificamente no Hospital Júlio Hartman e em sua própria residência, a fim de continuar angariando a simpatia de eleitores no período eleitoral, o que caracteriza fraude”, diz o texto.
Com a decisão, todos os votos da coligação que elegeu o prefeito Lourival Bezerra Freitas e o vice Joel Alves de Alcântara foram anulados e como não atingiram mais da metade dos registrados no pleito, a segunda colocada Vilma Carvalho Amorim deve assumir a prefeitura de Esperantina.
O G1 tentou contato com o prefeito Lourival Bezerra através de telefone, mas as ligações não foram atendidas.
Em dezembro, o prefeito Lourival Bezerra Freitas (PSDB) foi acusado de receber propina de um empresário para favorecimento em licitação. O pedido de cassação do gestor chegou a ser solicitado na Câmara Municipal de Esperantina, mas após uma votação conturbada os vereadores decidiram pelo não afastamento. Metade dos 12 parlamentares votou a favor da cassação e a outra metade pela permanência do gestor. Contudo, o presidente da Câmara deu o voto de minerva mantendo o prefeito no cargo.
Fonte: G1 Piauí