Apenas quatro dos 10 dos presídios do Piauí possuem detector de metais. (Foto: Reprodução)
Apenas quatro dos 10 dos presídios do Piauí possuem detector de metais. (Foto: Reprodução)

Os presídios do Piauí ainda não estão de acordo com uma nova lei que obriga a presença de equipamentos de segurança para evitar constrangimento aos visitantes. A lei estadual sancionada no ano passado obriga todos os presídios a terem equipamentos, mas isso não acontece no estado.

Um vídeo feito por celular mostra um detector de metais, o equipamento só têm em quatro dos 10 dos presídios do Piauí. De acordo com especialista, apenas a máquina não basta. Por lei, durante a revista devem ser utilizados outros equipamentos eletrônicos que resguardem a integridade física e moral do visitante.

Outro equipamento é o raio-x, que também existe na Casa de Custódia, mas segundo o Sindicado do Agentes penitenciários (Sipoljuspi) o equipamento não funciona como deveria, por falta de manutenção. “Por não haver esse material os visitantes, os agentes e os presos correm um sério risco, porque poderia entrar material como drogas e armas”, argumentou Kleiton Holanda, diretor do sindicato.

Para visitar o marido que está preso na Casa de Custódia de Teresina, Luciana sai pelo menos uma vez da cidade de José de Freitas, a 48 km ao Norte da capital. Só que antes do encontro é preciso passar por uma revista. “A gente entra, tira a roupa, faz alguns movimentos para, passa na máquina para saber se estamos com alguma coisa que não é permitida a entrada”, contou.

Há muito tempo a deficiência na revista tem permitido o acesso a armas, drogas e celulares. No início do mês, presos da Penitenciária Irmão Guido enviaram fotos e áudios para uma emissora de televisão de Teresina denunciando a falta de atendimento para um detento que morreu após passar mal.

A Secretaria Estadual de Justiça disse que vai tentar adequar os presídios nos próximos seis meses, que é o prazo máximo estabelecido pela lei. “São equipamentos caros que podem chegar a custar R$ 1 milhão apenas um. Estamos fazendo nossa parte, nos reunindo e debatendo com instituições que podem nos ajudar”, argumentou Fagner Martins, superintendente administrativo de penitenciárias.

Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a instalação dos equipamentos é necessária para manter a segurança dos presídios. “Caso não haja os aparelhos existem outros procedimentos em segundo plano e em terceiro existe a possibilidade de convocar médicos especializados na área para ajudar no exame e detectar algo diferente”, explicou Euler Paiva, da Comissão de Segurança Pública da OAB.

Fonte: G1