A destruição de grande parte da estrutura da penitenciária mista de Parnaíba foi a marca deixada por uma agressiva rebelião ocorrida pela noite de terça-feira (15/12) e madrugada desta quarta-feira (16/12) durante a greve dos agentes penitenciários. Os presos derrubaram muitas paredes e atearam fogo nos colchões, tornado o acesso comprometido as celas. Os detentos derrubaram as paredes e o número de reclusos aumentava.
A Polícia Militar foi acionada para contenção da rebelião. Por conta das chamas e a intensa fumaça, o Corpo de Bombeiros Militar interviu na debelação das chamas; mas a cada incêndio contido, outro foco já se encontrava adiantado, até vários pontos estivessem incendiando. A Polícia Militar, juntamente com os agentes penitenciários se empenharam na contenção da rebelião. Foi necessário o apoio de outras guarnições de Luís Correia e cidades vizinhas, bem como a colaboração de policiais militares que estavam de folga.
Vários disparos de arma de fogo e bombas foram ouvidos e fortes batidas nas paredes a ponto de derrubá-las. Enquanto isso, alguns presos faziam contato com amigos e parentes através de aparelhos celulares relatando o que estava acontecendo. Isto colaborou na reunião de muitos parentes dos reclusos em frente ao presídio, tumultuando ainda mais o local. Policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) de Teresina também foram solicitados.
Segundo o major Adriano Lucena, comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar do Piauí, há um esforço em descobrir quem é o líder da rebelião e qual o motivo. O diretor o presídio Eduardo Ferreira procurou promover a tranquilidade. As autoridades policiais informaram que não haviam mortos; mas pessoas feridas. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) se mobilizou e várias equipes se fizeram presentes e prestaram a socorro às vítimas. Entre estas vítimas foi identificado Aritana da Silva Pires, 27 anos, que foi baleado na perna. O Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), organizou uma área para receber e atender os pacientes vindos do presídio.
A juíza da 1ª Vara Criminal e Execuções Penais da Comarca de Parnaíba, Maria do Perpetuo do Socorro Ivani de Vasconcelos, compareceu ao presídio. Após a interferência dos policiais, alguns detentos começaram a se entregar e foram transferidos para o pátio da recepção. No entanto, outros presos continuavam a rebelião e ficaram acuados pela polícia e por um incêndio promovido por eles.
Algumas pessoas protestavam do lado de fora do presídio, inclusive tentaram atear fogo em sacos, cheios de vegetação seca, para tumultuar ainda mais. Mas o major Lucena e alguns policiais apagaram o fogo e retiraram os sacos de lixo do local. Na oportunidade se utilizou de um spray de pimenta para afastar as pessoas e apagar o fogo. Com a presença do BOPE foi iniciada uma tentativa de acordo. O presidio deveria comportar somente 274 detentos, tem quase quinhentos presos. Segundo a polícia, o espaço interno está amplamente danificado impossibilitando a reclusão dos presos.