Prevenção a leishmaniose é a melhor estratégia para animais e humanos
A campanha “Agosto Verde Claro” é uma iniciativa para aumentar a conscientização sobre a leishmaniose, uma doença parasitária transmitida por mosquitos flebótomos. Durante o mês de agosto, várias ações são promovidas para informar a população sobre a prevenção, os sintomas e o tratamento da doença.
A leishmaniose é uma doença infecciosa causada por parasitas do gênero Leishmania, transmitidos por mosquitos flebótomos.
Os primeiros sintomas que os animais tendem a apresentar incluem o crescimento excessivo das unhas, alterações oculares e problemas de pele. As alterações dermatológicas são as mais comuns, manifestando-se através de descamação, lesões nas pontas das orelhas e no focinho.
Além dos sinais clínicos, exames laboratoriais ajudam a identificar e caracterizar a presença da Leishmania, que altera gradualmente a fisiologia do animal. O diagnóstico é feito por meio de exames parasitológicos, sorológicos ou moleculares. Na clínica, o método sorológico é o mais utilizado, sendo realizado através de um teste rápido. Com base nos resultados desse teste, é feito o PCR quantitativo para determinar a carga parasitária da Leishmania na corrente sanguínea do animal.
Com a quantidade de parasitas determinada, é possível estabelecer o estadiamento da doença, que considera os sinais clínicos apresentados pelo animal, classificando-o em estágios que vão do 1 ao 4, sendo o último o mais grave. A partir desse estadiamento, o tratamento com medicações é iniciado. Embora não haja cura, o tratamento visa controlar os sinais clínicos visíveis, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao animal.
Estudos recentes indicam que alguns animais podem apresentar uma carga parasitária tão baixa que são considerados “curados”. No entanto, é importante ressaltar que, apesar desses avanços, a cura definitiva ainda não é alcançada, e o foco do tratamento permanece em garantir que o animal tenha uma boa qualidade de vida.
Como prevenir?
Atualmente, a prevenção é feita principalmente com o uso de coleiras repelentes e repelentes de uso tópico, que estão disponíveis em clínicas veterinárias e lojas de ração. Esses produtos ajudam a evitar que os flebotomíneos (Mosquito-palha), transmissores da leishmaniose, piquem os animais.
Anteriormente, havia uma vacina disponível em todas as clínicas veterinárias, aprovada pelo Ministério da Agricultura e pela Anvisa. No entanto, foi retirada do mercado devido à sua baixa eficácia, comprovada por estudos recentes que mostraram que a vacina não produzia os resultados esperados.
Além do uso de repelentes, é fundamental adotar cuidados ambientais para prevenir a proliferação do vetor. O descarte adequado do lixo orgânico é essencial, pois o acúmulo de lixo em terrenos baldios cria ambientes propícios para a reprodução dos mosquitos. Manter terrenos baldios limpos e evitar o acúmulo de matéria orgânica é crucial para interromper o ciclo de reprodução dos insetos.
Para maior proteção, recomenda-se o uso de repelentes tanto em pessoas quanto nos animais, especialmente durante o período da tarde e início da noite, entre 17h e 18h, quando os flebotomíneos (Mosquito-palha) estão mais ativos. Dessa forma, é possível reduzir significativamente o risco de picadas e, consequentemente, de transmissão da leishmaniose.